SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O diretor financeiro do BTG Pactual, Renato Cohn, disse nesta segunda-feira (12) que o banco de investimentos, “proativamente, não tem nenhum interesse em ativos específicos ou em negócios do Banco Master”. Mas afirmou que se tiver alguma operação de mercado na qual existam ativos disponíveis para venda, o grupo pode analisar para comprar.
“Não temos interesse particular com nenhum negócio, em nenhum ativo do Banco Master, mas dependendo do que for acontecer ali, se tiver ativos disponíveis no mercado, de acordo com os objetivos dos reguladores, podemos ajudar nesse processo”, disse Cohn.
O Banco de Brasília (BRB), controlado pelo governo do Distrito Federal, anunciou em março a aquisição de fatia do Master, em uma transação que excluiu diversos ativos que estão no radar do BTG, segundo apuração da Folha de S.Paulo. O banco, no entanto, tem reiterado que não fez qualquer proposta.
As conversas entre as principais instituições financeiras do país sobre o futuro do Banco Master têm sido permeadas pela divergência a respeito de qual deve ser a solução para o caso.
O impasse gira em torno da possibilidade de uma liquidação privada (vender e renegociar ativos e passivos) como alternativa a uma solução mais extrema.
Nesse contexto, o BTG Pactual tem se mostrado um dos principais candidatos a administrar uma liquidação privada do Master, apurou a Folha de S.Paulo. O banco estaria interessado em exercer o papel de liquidante, que é a instituição contratada para vender os ativos e também renegociar os passivos. Essa solução depende de Vorcaro apresentar uma proposta ao BC.
BANCO ACREDITA EM MELHORA NO MERCADO DE DÍVIDA CORPORATIVA NO 2º TRI
O BTG Pactual espera uma melhora no mercado de dívida corporativa no segundo trimestre em relação ao desempenho dos três primeiros meses do ano, disse Renato Cohn.
O executivo destacou que janeiro foi um mês ruim, com previsões mais negativas após dezembro com volatilidade forte, em que o dólar rondou os R$ 6,20 e as taxas de juros subiram muito.
“Perdeu um pouco de referência de preço, ficou difícil para as empresas virem a mercado e emitir títulos”, afirmou.
“O mercado dá uma parada em janeiro. Fevereiro já foi um pouco melhor que janeiro, e março foi bem melhor do que fevereiro e janeiro. E abril também foi mais em linha com o que aconteceu em março. Então, a gente espera uma melhora quando você comparar o segundo trimestre com o primeiro.”
“Vai ter um volume muito maior de operações colocadas no mercado”, afirmou em conversa com jornalistas, referindo-se especificamente ao mercado de emissão de dívida corporativa.
No mercado de fusões e aquisições (M&As), Cohn disse acreditar que muitas operações podem ocorrer este ano. “É difícil precisar quando vai sair, mas achamos que haverá um volume maior de operações fechando nos próximos trimestres”, afirmou.
Em relação ao mercado de ações, o executivo destacou que a Bolsa esteve deprimida nos últimos trimestres, mas que uma melhora, com o Ibovespa voltando para máximas históricas, pode impulsionar follow-ons e até IPOs.
“Normalmente, primeiro acontecem os follow-ons, as emissões secundárias de empresas que já estão listadas e vão fazer alguma colocação, um aumento de capital”, disse. “Para um IPO tem que ter condições melhores. Mas com essa melhora na Bolsa, eventualmente você pode voltar a ter alguma atividade no mercado de ações”.
O CFO afirmou que há várias empresas que estão preparadas já há algum tempo e elas obviamente vão procurar o melhor momento e as melhores condições. “Se vai dar tempo de fazer em 2025, difícil dizer, eu adoraria dizer que sim”, acrescentou, lembrando que o último IPO no Brasil foi em 2021.