Uma empresa da China fornecerá equipamentos ao Exército da Nicarágua, em mais um passo na crescente cooperação entre os dois países, informou nesta segunda-feira (12) a copresidente nicaraguense, Rosario Murillo.
Pequim e Manágua elevaram em 2023 seus vínculos a uma “parceria estratégica” após uma conversa telefônica entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o nicaraguense Daniel Ortega.
“Com a empresa Poly” foi assinado um contrato “para equipamentos para o Exército da Nicarágua”, indicou Murillo, sem dar detalhes, a meios de comunicação governistas.
A cooperação militar da Rússia e da China com a Nicarágua preocupa os Estados Unidos.
Vários contratos com empresas do gigante asiático foram assinados em Pequim no marco de um fórum ministerial entre a China e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), disse Murillo, esposa de Ortega.
Esse fórum foi convocado em resposta à guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“A delegação que está representando nosso país […] também teve encontros com empresas chinesas; assinou contratos e fortaleceu a cooperação”, declarou Murillo.
A delegação nicaraguense é liderada por Laureano Ortega, filho do casal governante, que é assessor de investimentos e responsável pelas relações com a China e a Rússia.
Outros acordos são para fornecimento de equipamentos e serviços para transporte público, telecomunicações, hidrelétricas, mineração, setor bancário, indústria e “intercâmbio comercial”, acrescentou Murillo.
Em 2021, Manágua estabeleceu relações com a China após romper com Taiwan, considerada por Pequim como uma província rebelde cujo controle espera retomar, inclusive pela força.
Desde então, a China tem apoiado o governo de Ortega, que enfrenta sanções e condenações por parte dos Estados Unidos e de países europeus após a repressão aos protestos da oposição em 2018, que deixaram mais de 300 mortos, segundo a ONU.
Empresas chinesas possuem várias concessões de mineração na Nicarágua e contratos nos setores de transporte, infraestrutura, saúde e comércio.
Nicarágua e Rússia também mantêm uma estreita cooperação econômica e militar desde o retorno de Ortega ao poder em 2007, um antigo aliado de Moscou desde a revolução sandinista de 1979 até 1990.
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