Abordagem multiprofissional pode controlar sintomas da fibromialgia

como parte do tratamento multidisciplinar para dor crônica, participantes do grupo supera dor realizam atividades físicas orientadas. foto jhonatan cantarelle agência saúde df

Doze de maio é o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia, uma síndrome crônica que causa dores no corpo, fadiga, distúrbios do sono, entre outros sintomas. A doença atinge principalmente mulheres, como a cantora e atriz Lady Gaga. De acordo com o Ministério da Saúde, a fibromialgia pode surgir depois de eventos graves como um trauma físico, psicológico ou uma infecção.

Embora ainda não tenha cura, é possível controlar os sintomas por meio de abordagem multiprofissional e cuidados contínuos. O reumatologista da Secretaria de Saúde (SES-DF), Rodrigo Aires, alerta que o tratamento da fibromialgia deve ser personalizado e envolve tanto terapias medicamentosas quanto não medicamentosas. O objetivo é reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. “O tratamento é direcionado à redução dos principais sintomas, como dor crônica, fadiga, distúrbios do sono e dificuldades cognitivas”, explica.

Entre os medicamentos utilizados para o controle da dor estão analgésicos, antidepressivos, miorrelaxantes e anticonvulsivantes. Alguns desses remédios são disponibilizados pela rede pública do DF, mediante prescrição médica e avaliação individualizada.

Além dos medicamentos, os pacientes devem ser orientados a manter uma rotina de atividade física regular. A prática de exercícios aeróbicos de intensidade leve a moderada, como caminhada e hidroginástica, de duas a três vezes por semana, pode contribuir significativamente para o alívio da dor e a melhoria da funcionalidade.

“Os programas de exercícios precisam ser individualizados, sempre respeitando os limites de cada paciente. O objetivo é alcançar o ponto de resistência muscular, sem causar dor. Isso evita o agravamento dos sintomas e favorece a adesão ao tratamento”, destaca o especialista.

Dor crônica

Um exemplo de iniciativa bem-sucedida dentro da rede pública de saúde é o Grupo Supera Dor, criado na Unidades Básicas de Saúde (UBS) 17 de Ceilândia há cerca de nove meses para atender pessoas com dor crônica. A ação é conduzida em ciclos, com média de dez pacientes por grupo, e tem como foco promover a conscientização sobre o que está ao alcance do paciente para melhorar sua qualidade de vida.

“A maior parte dos participantes são mulheres que já fazem acompanhamento na UBS, mas qualquer pessoa com dor crônica, que tenha condições físicas e cognitivas para participar, pode ser incluída”, explica o residente em fisioterapia e um dos responsáveis pela condução do grupo, Gabriel Cândido.

Durante os encontros, os participantes são orientados sobre os mecanismos da dor, estratégias de autocuidado, fortalecimento da autonomia e a importância da adesão ao tratamento multiprofissional. A iniciativa reforça o compromisso da rede de saúde com um olhar humanizado e integrado ao cuidado com doenças crônicas.

“Por se tratar de uma condição de longa duração, a fibromialgia requer acompanhamento contínuo por equipe de saúde multidisciplinar, com atenção às questões físicas, emocionais e sociais do paciente. Com o tratamento adequado, é possível reduzir a intensidade da dor e controlar os demais sintomas, promovendo melhora significativa na qualidade de vida”, aponta o fisioterapeuta.

*Com informações da Secretaria de Saúde

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