Foto: Reprodução/Polícia Civil do Rio de Janeiro
“50tinha por uns corte nos pulsos?”, questiona um usuário em uma comunidade de ódio online. Crianças e adolescentes estão sendo atraídos para práticas de automutilação com a promessa de pagamento.
É o que mostra um relatório elaborado pelas pesquisadoras Letícia Oliveira e Tatiana Azevedo sobre a plataforma de conversas Discord e uma investigação da Polícia Federal. A empresa afirma lamentar o uso criminoso de servidores e que trabalha para coibir esse tipo de ação.
Desde 2023, casos de comunidades de ódio, que incentivam a prática de crimes e de violência, vêm sendo descobertos na plataforma. Nos três primeiros meses de 2025, denúncias sobre o Discord continuaram em alta. De acordo com a ONG Safernet, houve um aumento de 172,5% nas denúncias de janeiro a março se comparadas com o mesmo período do ano passado.
Em uma troca de mensagens em um dos grupos estudados pelas pesquisadoras, os usuários afirmam que um dos líderes está oferecendo dinheiro por “lulz”, termo derivado do “lol”, que em inglês significa “rindo alto”.
A palavra lulz é usada por integrantes desses grupos, chamados panelas, e se refere a uma série de ações danosas que ocorrem nesses servidores por meio de ligações de vídeo com horário marcado e anúncio em outros servidores para garantir mais visualizações.
Lá, jovens são induzidos a diversas violências, como automutilação. Muitas vezes, o usuário é obrigado a escrever o nome dos servidores em partes do corpo com objetos pontiagudos, como forma de reconhecimento.
Segundo a PF, a remuneração oferecida a quem participa desses desafios varia de R$ 30 a R$ 200.
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