Inflação é o que obrigará governo a ajustar contas públicas, diz Silvia Matos, do Ibre

São Paulo, 09 – A coordenadora do Boletim Macro Ibre e responsável pela elaboração dos Cenários Macroeconômicos do Instituto, Sílvia Matos, disse nesta quinta-feira, 8, conseguir ser menos pessimista que seu colega Samuel Pessôa, que defende congelamento do aumento real do mínimo, privatização da Petrobras e mudança do indexador do mínimo gasto com saúde e educação para acertar o fiscal.

Para ela, que participou até há pouco do TAG Summit 2025 ao lado de Pessôa, a insatisfação da sociedade com a inflação é o que vai forçar o governo a ajustar as contas públicas.

“Consigo ser menos pessimista porque a solução para isso é inflação e, pelo menos por enquanto, a sociedade pune. Parece que a gente não é a Argentina. Tanto que hoje tem certo mau humor, mesmo com PIB e emprego crescendo. A solução para isso é através de mais inflação – que é deflator do PIB bom para governo, mas péssimo para sociedade”, disse a representante do Ibre.

Segundo Sílvia Matos, enquanto a sociedade valorizar inflação baixa – a inflação ainda é uma questão para 2026 – haverá oportunidade para a oposição pensar em uma agenda social sustentável.

“Essa agenda gera oportunidade para quem realmente quer mudar o País, e pensar em reduzir gastos tributários, super-salários e emendas parlamentares. Todo mundo tem que dar sua contribuição, com restrições na agenda de captura do Estado – e, ao mesmo tempo, cumprir o pacote social. É a oportunidade de discutir isso melhor no período eleitoral”, disse a economista do Ibre.

Estadão Conteúdo

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