Passageiro morre preso em porta automática do Metrô: modelo é seguro? Especialista responde

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São Paulo, 6 – Um passageiro morreu na última terça-feira, 6, na Estação Campo Limpo, da Linha 5-Lilás, na zona sul de São Paulo, após ficar preso entre a porta da plataforma e o trem. O caso gerou discussão sobre a segurança das linhas de metrô, muitas vezes lotadas, e do modelo de porta automática usado em algumas das plataformas.

Em entrevista ao Estadão, o engenheiro civil especialista em segurança no transporte viário Antônio Clóvis Ferraz, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que o modelo de portas automáticas em plataformas é seguro e diminui, no geral, o número de acidentes.

“É bastante seguro, tanto que, nos países que já utilizam, o número de acidentes graves tem sido muito menor com essa porta. Mas nenhum dispositivo é totalmente seguro. A automação parte do pressuposto de que o risco é muito pequeno, mas existe”, afirma

“Uma vida perdida, a gente sempre lamenta, mas é um risco que você tem em qualquer transporte, como há em andar de motocicleta ou carro também”, diz Ferraz.

De acordo com o especialista, a superlotação das plataformas e trens, no entanto, colabora para uma redução na segurança. Mas este é um problema inerente a qualquer metrópole do mundo, segundo ele. “É o ônus de viver em uma grande metrópole.”

O especialista não minimiza, no entanto, a necessidade de investigar o caso ocorrido nesta terça-feira para entender se houve alguma falha que precisa ser reparada.

De acordo com a concessionária ViaMobilidade, o passageiro tentou entrar no vagão na Estação Campo Limpo mesmo após todos os alarmes visuais e sonoros e acabou ficando preso no espaço entre as portas do trem e da plataforma.

“A Linha 5-Lilás dispõe de um sistema, utilizado nacional e internacionalmente, de sensores de obstrução de portas para impedir que os trens partam com as portas abertas. No caso em questão, mesmo após os alarmes visuais e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o passageiro acabou ficando no espaço entre o trem e a plataforma, onde não há sensores. Como tanto as portas de plataforma quanto as do vagão estavam fechadas, o trem partiu”, explica a concessionária.

Segundo caso em 2025

Em março, uma passageira ficou presa entre a porta de segurança e do vagão da Estação Vila Prudente da Linha 2-Verde. Na ocasião, o Metrô, responsável pela linha, informou que a mulher não teve ferimentos e foi retirada com apoio da equipe da companhia.

De acordo com o Metrô, a usuária tentou embarcar após a emissão dos alertas sonoros e luminosos, quando as portas da plataforma e a da composição já estavam em processo de fechamento. “Ela foi assistida pela equipe de plataforma e, sem ferimentos, dispensou o atendimento médico”, disse a companhia.

Estadão Conteúdo

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