Por Larissa Barros
No mês de abril, 11 pessoas deram entrada no Centro de Trauma do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) após se acidentarem com patinetes elétricos. Dados que, segundo o Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (IgesDF), reforçam uma preocupação crescente acerca do uso imprudente desses veículos.
Entre as vítimas, 64% eram homens e 36% mulheres, com média de idade de apenas 22 anos. A vítima mais jovem tinha apenas seis anos, e a mais velha, 51. Os atendimentos foram diversos, incluindo três casos de traumatismo cranioencefálico leve (TCE), dois traumas de face, cinco traumas em membros e um trauma torácico. Quatro pessoas precisaram de sutura, e outras duas sofreram fraturas mais graves — uma delas na clavícula, com necessidade de cirurgia, e outra de tíbia e fíbula.
Os números de abril seguem o ritmo alarmante de março, no Carnaval, quando em um intervalo de quatro dias, 10 acidentes envolvendo patinetes foram contabilizados. Para o IgesDF, a forma como esses veículos estão sendo utilizados têm papel determinante no número de ocorrências.
Renato Lins, chefe do Centro de Trauma do HBDF, acompanha de perto esse cenário: “Temos recebido desde jovens com escoriações leves até pacientes com fraturas graves e até traumatismos cranianos. É alarmante o número de crianças envolvidas nesses acidentes, muitas vezes sem qualquer equipamento de proteção”, declara. Ele reforça que o uso de itens básicos como capacetes, luvas e joelheiras podem fazer a diferença. “São equipamentos simples que salvam vidas e evitam lesões graves”.
Atualmente, a regulamentação permite que os patinetes circulem em ciclovias e vias com velocidade máxima de 40 km/h. Ao Jornal de Brasília, a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) declarou que está trabalhando, junto aos órgãos de trânsito, na regulamentação do uso desses equipamentos com o objetivo de estabelecer as regras e as punições para os seus descumprimentos. “A partir do credenciamento efetivo da empresa que for atuar no setor, após o chamamento público, ela será responsável pela fiscalização e notificação dos usuários no sistema”, detalhou a Semob.
Em relação às campanhas educativas, a Semob informou que as ações têm sido conduzidas pela empresa responsável pela operação sistema. Já foram realizadas atividades de conscientização no Parque da Cidade e no Eixão do Lazer, e uma nova ação está programada para o dia 17 de maio, às 9h, novamente no Parque da Cidade. Durante o evento, serão reforçadas orientações como: uso permitido para maiores de 18 anos, uso individual, circulação em ciclovias, ciclofaixas e pelo bordo direito das vias, além de instruções sobre a faixa de pedestre.
