Maio Amarelo reforça alerta contra direção sob efeito de álcool no DF

O mês de maio é a oportunidade ideal para que os motoristas reflitam sobre os maus comportamentos na direção. Com a campanha do Maio Amarelo, os órgãos de segurança do Governo do Distrito Federal estão intensificando ações de conscientização, principalmente no combate à prática de dirigir sob efeito de álcool. Segundo o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), entre janeiro e abril deste ano, foram registradas 7.877 autuações relacionadas à Lei Seca — número superior ao do mesmo período de 2024, quando foram contabilizadas 7.065 infrações. As ações de fiscalização são realizadas em conjunto com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e o Departamento de Estradas de Rodagem (DER).

 

Entre os dias primeiro e quatro de maio, a PMDF flagrou 251 motoristas dirigindo embriagados. Também nesta semana, durante blitz realizada em Ceilândia, o Detran abordou 103 motoristas. Destes, oito foram autuados por embriaguez ao volante. Outras infrações também foram cometidas e oito motoristas foram autuados por dirigir sem habilitação, seis por escapamento irregular, três com a CNH vencida há mais de 30 dias e oito por outras infrações. Sete veículos foram recolhidos ao depósito e um condutor foi encaminhado à delegacia por porte ilegal de arma.

 

Detran reforça ações contra embriaguez ao volante

 

Durante o feriado do Dia do Trabalhador, entre 30 de abril e 5 de maio, o Detran promoveu ações da campanha Maio Amarelo em diversas regiões administrativas, como Águas Claras, Areal, Ceilândia, Planaltina, Plano Piloto, Sobradinho, Sol Nascente e Taguatinga. Nessa operação, 1.550 condutores foram abordados e 1.330 testes de etilômetro realizados. O resultado: 182 autuações por direção sob efeito de álcool.

 

O Detran-DF realiza diariamente ações de policiamento e fiscalização de trânsito com foco na identificação de motoristas sob efeito de álcool. A mais recente iniciativa do órgão é a Operação Maio Amarelo, que está em andamento ao longo de todo o mês. Além dela, o órgão também conduz operações especiais, como a Operação Rescaldo e a Operação Ressaca. Em todas essas ações são realizados testes de alcoolemia, tanto durante o dia quanto à noite.

 

Segundo informações do Detran, dirigir sob efeito de álcool ou de substâncias psicoativas que causem dependência é considerado infração gravíssima pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Conforme o artigo 165, o condutor que for flagrado nessa condição estará sujeito a multa multiplicada por dez e à suspensão do direito de dirigir por 12 meses. Além disso, o motorista também pode sofrer medidas administrativas como o recolhimento da carteira de habilitação e a retenção do veículo. Em caso de reincidência dentro de um período de 12 meses, o valor da multa é dobrado, conforme determina a Lei nº 12.760, de 2012.

 

Infrações mais comuns

 

Além dos casos de embriaguez, os agentes de trânsito registraram, no feriado, outras 42 autuações por escapamento irregular, 40 motoristas inabilitados, 28 com a CNH vencida, quatro com o direito de dirigir suspenso e 130 por infrações diversas. Ao todo, 73 veículos foram removidos ao depósito.

 

Educação para o trânsito

 

Segundo o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF), a pasta desenvolve ao longo de todo o ano, uma série de ações educativas com o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos da combinação entre bebida alcoólica e direção. Em nota, a autarquia apontou que essas ações fazem parte de uma política permanente de educação para o trânsito e envolvem diferentes estratégias e públicos.

 

Entre as iniciativas ofertadas, estão palestras em Instituições, universidades e eventos; campanhas informativas em redes sociais, rádio, TV e internet; realização do Projeto Rolê Consciente nos bares da cidade com entrega de material educativo além de blitzes educativas nas vias públicas. Durante as abordagens, os condutores recebem orientações sobre os efeitos do álcool no organismo, o impacto na capacidade de reação e a importância de atitudes responsáveis no trânsito. Também são apresentados dados estatísticos e depoimentos de vítimas e familiares, reforçando o compromisso com a preservação da vida.

 

Nesses primeiros quatro meses do ano, as campanhas de conscientização da pasta incluíram 32 ações do projeto Rolê Consciente para um público estimado em 12.800 pessoas; 60 palestras em Instituições abordando o tema álcool e direção, atingindo um público total de 6 mil pessoas; e 80 participações da pasta em eventos diversos. Além disso, foram realizadas 30 blitzes educativas direcionadas aos condutores em vias urbanas, com um público de 3 mil pessoas aproximadamente.

 

Cultura do álcool e falta de alternativas contribuem para embriaguez ao volante

 

Apesar da proibição legal e das campanhas educativas, muitos motoristas insistem em dirigir sob o efeito de álcool. Para a doutora em Transportes e mestre em Ciências da Saúde, Adriana Modesto, fatores culturais, sociais e estruturais ajudam a explicar esse comportamento.

 

Em entrevista ao Jornal de Brasília, Adriana destacou que o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil está fortemente associado à socialização, lazer e aspectos climáticos. “As bebidas alcoólicas são amplamente divulgadas nos meios de comunicação como parte da diversão, o que reforça seu consumo”, afirmou.

 

Ela também aponta que, em datas comemorativas, fins de semana e feriados, esse estímulo é ainda maior — o que pode justificar o aumento nos flagrantes de embriaguez durante esses períodos, aliados à intensificação da fiscalização.

 

No Distrito Federal, a especialista observa que, em algumas regiões, bares e pontos de venda de álcool são as únicas opções de lazer. Além disso, o contato precoce com o álcool e a facilidade de acesso ao produto, mesmo com restrições legais, contribuem para a banalização da prática. Para ela, o fato de o consumo de álcool ser amplamente tolerado e, em certa medida, incentivado pela sociedade, contribui para a frequência com que se combina bebida e direção. “A alternativa do ‘amigo da vez’ ou o uso de transporte por aplicativo nem sempre é considerada”, completou.

 

Ela alerta que o condutor alcoolizado sofre alterações na percepção de risco, no julgamento, reflexos e na coordenação motora. “Essa condição representa um risco não só para quem dirige, mas também para os passageiros e todos os usuários da via pública”, concluiu.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.