SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo solicitou à ViaMobilidade, concessionária responsável pela linha 5-lilás do metrô, explicações sobre a morte de um homem que ficou preso entre o vagão e a porta da plataforma.
Em despacho nesta quarta-feira (7), o conselheiro Dimas Ramalho pediu um relatório sobre as circunstâncias em que aconteceu o acidente; as medidas adotadas após a ocorrência e o suporte oferecido aos familiares da vítima; se já houve casos anteriores da mesma natureza e, se sim, o que foi feito; informações sobre o sistema de segurança existente e os valores investidos ano a ano no ramal.
A ViaMobilidade tem cinco dias para enviar sua resposta.
A vítima, Lourivaldo Ferreira Silva Nepomuceno, 35, tentou entrar no trem, na estação Campo Limpo, “mesmo após todos os alarmes visuais e sonoros”, segundo a concessionaria. Um agente de segurança da empresa afirmou à polícia que, por volta das 8h10, ouviu barulhos vindos da plataforma. Ele e os outros seguranças foram ao local e viram a vítima caída nos trilhos, já sem sinais vitais.
Segundo o Metrô, esse foi o primeiro caso de morte relacionada às portas de contenção nas linhas do metrô paulista.
Lourivaldo era repositor de supermercado e estava a caminho do trabalho quando o acidente aconteceu. Segundo o pai, ele estava acostumado a utilizar o metrô por causa do trabalho e, segundo a família, circulava por todas as regiões da cidade.
“Isso não entra na minha mente”, disse em entrevista à TV Globo, após ser ouvido pela polícia.
Morador de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, o repositor era casado e tinha três filhos -uma adolescente de 17 anos e duas crianças de 5 e 4 anos. Ele completaria 36 anos no domingo.
Além de repositor, era estudante de educação física e dava aulas particulares de natação. Vizinhos o descrevem como um homem educado e esforçado, que trabalhava para ampliar a casa em que morava com a família.
Com a morte de Lourivaldo, o presidente da ViaMobilidade, Francisco Pierrini, afirmou que a concessionária vai instalar sensores de presença nas portas das plataformas até fevereiro do próximo ano.
Na manhã de 24 de março, uma passageira ficou presa entre a porta de segurança e o vagão na estação Vila Prudente da linha 2-verde do metrô, que é estatal. A composição teve de ficar parada para a retirada da mulher. Ela não ficou ferida.
Todas as portas instaladas nas plataformas das linhas estatais -1-azul, 2-verde, 3-vermelha e 15-prata- contam com sensores para evitar o fechamento da porta quando há pessoas ou objetos entre as fachadas e o trem.
Já as linhas 5-lilás e 4-amarela, administrada pela ViaQuatro, que assim como a ViaMobilidade faz parte da Motiva (grupo CCR), não contam com sensor de presença, mas há uma barreira e, segundo a empresa, o sistema e a infraestrutura não permitem passageiros entre o trem e a plataforma.