RANIER BRAGON
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O presidente nacional PSD, Gilberto Kassab, voltou nesta quarta-feira (7) a fazer prognósticos para 2026 que colocam na sua lista de prioridades estar ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ou lançar candidato próprio à Presidência da República.
Apesar de ter três ministérios no governo Lula (PT), Kassab sinaliza não considerar provável subir no palanque do petista -e afirma não ver contradição nessa situação.
“Não há antagonismo nenhum, pelo contrário, mostra um partido sadio, um partido com bons quadros, com pessoas respeitadas e que têm sinergia com a sociedade”, disse o dirigente na Câmara dos Deputados, onde participou da solenidade de filiação do deputado Luciano Amaral (AL) ao partido.
“Portanto é uma contribuição de um partido como o PSD para o nosso país, para a nossa democracia poder apresentar uma, duas ou três candidaturas que, a gente sabe, têm valor e são reconhecidos pela sociedade como pessoas do bem, como pessoas que sabem fazer gestão, sabem fazer a boa política.”
Kassab, que é secretário de Governo do Estado de São Paulo, voltou a citar que estará ao lado de Tarcísio, seja qual for a decisão do governador, a de tentar a reeleição ou a de enfrentar a possível tentativa de Lula de obter um quarto mandato.
Questionado sobre se a tendência do PSD é não estar ao lado de Lula, respondeu que ainda é cedo para definições, mas voltou a sublinhar ser mais provável candidatura própria.
“Dizer não estar ao lado do governo seria algo muito forte, até porque dentro do partido temos aliados do governo. A tendência de qualquer grande partido é sempre haver um esforço para que tenhamos candidatos próprios”, disse, citando o governador do Paraná, Ratinho Júnior, e o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, na hipótese de esse deixar o PSDB e se filiar ao PSD.
Kassab também falou sobre a sua avaliação de que Lula, mesmo desgastado, pode ser um candidato difícil de bater em 2026.
“O que eu disse é que o presidente Lula tem muita experiência, terceiro mandato, é uma pessoa que está no exercício da Presidência, sempre é um presidente forte. Mas governo é governo e sempre tem que enfrentar seus desgastes e os desgastes podem gerar uma expectativa baixa de reeleição.”
O PSD controla os ministérios da Pesca, Minas e Energia e Agricultura. Embora não tenha participado da chapa de Lula em 2022, aderiu ao petista ainda no governo de transição.
Assim como os outros quatro partidos que formam a aliança de centro e de direita de Lula -União Brasil, PP, Republicanos e MDB-, a sigla abriga importante foco dissidente.
Apesar dos sucessivos episódios de instabilidade, Lula não tem força para bater de frente com essas legendas, já que a esquerda controla apenas cerca de um quarto das cadeiras da Câmara e do Senado.
Juntos, os cinco partidos têm 11 ministérios, mas flertam abertamente com candidaturas concorrentes ou com o bolsonarismo para 2026. O nome de Tarcísio, como manifesta Kassab abertamente, tem por ora força para atrair a maior parte dessas forçar políticas.
O governador de São Paulo, porém, não anunciou ainda se pretende disputar a reeleição ou o Palácio do Planalto. Tem, mais do que isso, o obstáculo de aguardar a definição de Jair Bolsonaro, de quem foi ministro e por meio do qual conquistou o governo de São Paulo.
Bolsonaro está inelegível devido a condenações na Justiça Eleitoral e enfrenta o processo penal da trama golpista. Até agora, porém, mantém publicamente o discurso de que pretende reverter essa situação e se candidatar em 2026.
Caso não consiga, ele pode optar ainda por apoiar outros nomes que não o de Tarcísio, como os filhos Eduardo e Flávio Bolsonaro.