Desafiado por Trump, Fed mantém taxas e faz alerta sobre risco inflacionário

Foto: Mandel Ngan/AFP

O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manteve nesta quarta-feira (7) suas taxas de juros e alertou para riscos mais elevados de que a inflação e o desemprego escapem de suas metas, em uma aparente referência às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.

Os dirigentes do banco central americano votaram por unanimidade pela manutenção da taxa de referência entre 4,25% e 4,50%, informou o Fed em um comunicado.

“A incerteza sobre as perspectivas econômicas voltou a aumentar”, acrescentou o órgão, que considera que os riscos de um desemprego mais alto e de uma inflação mais elevada também “aumentaram”.

Embora um aumento nas importações tenha pesado sobre o PIB no primeiro trimestre, “indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou avançando em ritmo sustentado”.

O banco central concluiu nesta quarta-feira dois dias de reunião. Seus dirigentes deixaram claro que queriam esperar para avaliar o impacto das decisões do presidente Trump sobre a economia americana antes de tomar qualquer decisão precipitada.

Os mercados esperavam que o Fed mantivesse as taxas nos mesmos níveis estabelecidos em dezembro, sem alterações.

Desde a última reunião do Fed, em março, Trump provocou um verdadeiro terremoto econômico, com tarifas massivas sobre produtos importados pelos Estados Unidos.

Desde então, ele fez várias concessões e flexibilizações e prometeu acordos com os parceiros comerciais do país. No entanto, nenhum acordo foi anunciado até o momento.

As trocas comerciais com a China estão sendo particularmente afetadas.

No fim de semana, autoridades chinesas e americanas se reunirão na Suíça para lançar as bases de uma negociação.

Os indicadores oficiais nos Estados Unidos continuam em níveis positivos: 4,2% de desemprego em abril e inflação de 2,3% em 12 meses até março — acima, mas ainda próxima da meta de 2% do Fed.

Enquanto isso, o PIB do primeiro trimestre teve uma contração de 0,3% na projeção anual (a projeção em 12 meses se as condições se mantiverem no momento da medição).

© Agence France-Presse

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