Wall Street fecha em baixa, à espera de acordos comerciais

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A Bolsa de Valores de Nova York fechou em baixa nesta terça-feira (6), frustrada pela espera de acordos comerciais entre Estados Unidos e seus parceiros.

Em um mercado convencido de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manterá suas taxas de juros inalteradas nesta terça, o Dow Jones caiu 0,95%, o tecnológico Nasdaq, 0,87%, e o S&P 500, 0,77%.

O mercado “está decepcionado pela falta de notícias sobre possíveis acordos comerciales”, disse à AFP Art Hogan, da B. Riley Wealth Management.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, indicou na segunda-feira na emissora CNBC que os Estados Unidos foram procurados por 17 países e lhes apresentaram propostas comerciais “muito boas”. Mas, por ora, nenhum acordo foi concretizado.

O presidente Donald Trump também disse nesta terça, diante do primeiro-ministro canadense Mark Carney, que “adoraria” ter um novo acordo comercial com Ottawa, ao mesmo tempo que afirmou que não quer carros ou aço provenientes de seu vizinho do norte.

O Ministério das Relações Exteriores chinês, por sua vez, declarou nesta terça que os Estados Unidos devem mudar seu enfoque “ameaçador” se desejam chegar a um acordo, segundo a agência de notícias Xinhua.

“No início da semana, o mercado americano esperava que um acordo comercial fosse anunciado, mas não se conseguiu nada nesse sentido até agora”, assinalou Hogan. Wall Street se encontra, portanto, sem “catalisador”.

Por outro lado, os investidores não esperam surpresas do Fed após sua reunião desta terça e quarta-feira.

A grande maioria dos atores do mercado espera que a instituição monetária mantenha as taxas de juros inalteradas, na faixa entre 4,25% e 4,50%, segundo a ferramenta de monitoramento do grupo CME, FedWatch.

Em matéria de indicadores, o déficit comercial dos Estados Unidos alcançou um novo recorde em março, segundo dados oficiais publicados nesta terça-feira que refletem um aumento das importações antes que as tarifas de Trump entrassem em vigor.

A balança comercial de bens e serviços dos Estados Unidos em março foi deficitária em 140,5 bilhões de dólares (R$ 803 bilhões), um salto mensal de 14%, informou o Departamento de Comércio em comunicado.

Trata-se do maior déficit mensal desde que os registros começaram em 1992.

Entre as ações do dia, a gigante americana dos veículos elétricos Tesla (-1,75%) sofreu especialmente por suas vendas, que continuaram caindo na Alemanha em abril.

Segundo um comunicado da agência federal de automóveis da Alemanha (KBA, na sigla em alemão), foram emplacados 885 veículos Tesla em abril no país, uma queda de 46% em um ano, devido às polêmicas em torno do fundador do grupo, Elon Musk, assessor próximo de Trump, e ao envelhecimento da linha de veículos Tesla.

A plataforma de entrega de comidas DoorDash despencou (-7,44%) após anunciar a aquisição por 1,2 bilhão de dólares (R$ 6,8 bilhões) da SevenRooms, outra plataforma, mas de reservas de restaurantes. A DoorDash também vai adquirir sua equivalente britânica Deliveroo por mais de 3 bilhões de dólares (R$ 17 bilhões).

© Agence France-Presse

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