Aliados de Bolsonaro acionam PGR contra governador da Bahia

Porto Alegre, 06 – Deputados bolsonaristas acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), após ele sugerir, na última sexta-feira, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus eleitores poderiam ser todos levados “para a vala”.

O deputado federal Sanderson (PL-RS) protocolou nesta segunda, 5, uma solicitação à PGR para que Jerônimo Rodrigues seja investigado por incitação ao crime. Para Sanderson, as declarações do governador extrapolam o debate político aceitável, adotando um tom agressivo e ameaçador.

“Sugerir que esses eleitores sejam colocados ‘na vala’ com o uso de uma retroescavadeira não pode ser tratado como simples figura de linguagem, principalmente quando se trata de uma autoridade pública em exercício”, argumentou.

O deputado federal Otoni de Paula (MDB-RJ) também acionou a PGR contra o governador, anteontem. Em notícia-crime, o parlamentar afirma que o petista ultrapassou os limites da liberdade de expressão, e as declarações configuram incitação à violência contra um grupo ideológico específico.

“A permanência da gravação na internet e sua contínua reprodução por diversos canais evidenciam a gravidade e o alcance da declaração, que ultrapassa os limites da liberdade de expressão e ingressa no campo penal da incitação pública à prática de crime”, disse.

Jerônimo Rodrigues fez o comentário ao participar da cerimônia de inauguração da Escola Estadual Nancy da Rocha Cardoso, localizada em América Dourada, cidade no norte da Bahia.

“Tivemos um presidente que sorria daqueles que estavam na pandemia sentindo falta de ar. Ele vai pagar essa conta dele e quem votou nele podia pagar também a conta. Fazia no pacote. Bota uma ‘enchedeira’. Sabe o que é uma ‘enchedeira’? Uma retroescavadeira. Bota e leva tudo para a vala”, afirmou o petista. Anteontem, o governador disse que sua fala foi “retirada de contexto”.

Nas redes

O discurso provocou repercussão nas redes sociais. No X (antigo Twitter), Bolsonaro afirmou que a declaração se trata de “um discurso carregado de ódio”. “Em qualquer cenário civilizado, deveria gerar repúdio imediato e ações institucionais firmes. Mas nada aconteceu”, escreveu o ex-presidente.

Estadão Conteúdo

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