LUCAS BORGES TEIXEIRA
BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS)
O presidente Lula (PT) embarca nesta noite para uma viagem dupla de uma semana para a Rússia e a China.
Lula foi convidado a Moscou pelo presidente russo, Vladimir Putin. A Rússia comemora os 80 anos do Dia da Vitória, data que marca a tomada de Berlim pelo Exército soviético na Segunda Guerra Mundial, um dos principais feriados do país, na próxima sexta (9).
Ele deverá ter um encontro bilateral com Putin. Lula quer voltar a tentar conquistar um papel de mediador na guerra contra a Ucrânia.
Quando assumiu, o brasileiro procurou um diálogo, mas não conseguiu avançar, com resistência também do presidente ucraniano, Volidimir Zelensky.
É a primeira vez que os dois se encontram neste mandato.
Condenado pelo TPI (Tribunal Penal Internacional), ele pode receber voz de prisão se entrar nos países signatários, do qual o Brasil faz parte, o que tem impedido sua ida às cúpulas internacionais, como o G20 no Brasil e as assembleias da ONU (Organização das Nações Unidas).
Também está prevista uma reunião com o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. O eslovaco veio ao Brasil para se encontrar com Lula em novembro do ano passado, mas o presidente teve de cancelar a reunião, ao ser internado às pressas em São Paulo, e foi representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB).
A comitiva brasileira chega um dia depois de um ataque de drones ucranianos que fechou aeroportos de Moscou. O governo russo afirmou que, apesar do ataque, manterá a trégua de quinta a sábado anunciada por Putin para permitir as comemorações, mas alertou que “dará uma resposta apropriada se a Ucrânia não suspender os ataques”.
MERCADO INTERNACIONAL COM A CHINA
No domingo (11), Lula vai para a China. Ele participará do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), como presidente convidado.
Na segunda (12), deverá encontrar com o presidente Xi Jinping. A expectativa é que os países tratem sobre as relações bilaterais e discutam ainda as mudanças do mercado internacional após as imposições tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump, da qual a China é principal combatente.
Esta é a segunda visita de Estado de Lula a China. De olhos na aproximação com a potência oriental, o presidente foi a Pequim em 2023 e recebeu Xi em Brasília no ano passado, após o G20 no Rio de Janeiro.
Lula também deverá debater o encontro do Brics com os dois líderes.
Atual presidente do bloco, o Brasil sedia a cúpula de 2025 no Rio de Janeiro em julho. Ele estará acompanhado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que tem viajado com a comitiva do governo.