Durante participação em fórum realizado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Estadão e a Broadcast, Mansueto disse que o crescimento de 12%, em termos reais, dos gastos públicos nos últimos dois anos supera a variação acumulada nos oito anos anteriores.
O mandato de Lula deve terminar no ano que vem com a dívida chegando a 84% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme previsões do mercado, o que corresponde a um crescimento médio um pouco acima de 3 pontos porcentuais a cada ano. “Crescimento de 3 pontos porcentuais por ano não é normal”, comentou Mansueto
O economista acrescentou que, em razão da perda de credibilidade da agenda econômica no mercado, a taxa de retorno dos títulos públicos, de 7,5% acima da inflação, não é sustentável, impondo ao Brasil a urgência de controlar os gastos públicos. “O Brasil, para controlar o crescimento do gasto, vai ter que tomar decisões difíceis. A boa notícia é que, se tomar medidas de controle de gastos, a resposta da economia é muito rápida”, declarou o ex-secretário do Tesouro, ao explicar que o aperto fiscal abriria margem para o Banco Central (BC) cortar os juros
Segundo Mansueto, na toada atual, o déficit nominal do Brasil, que ficou em 8,5% no ano passado, está entre os quatro maiores do mundo, perto da Bolívia e da China.
Estadão Conteúdo