O Festival de Brasília do Cinema Brasileiro abre as inscrições para a sua 58ª edição, comemorando os 60 anos de história em 2025 com uma série de novidades. Criado em 1965 por Paulo Emílio Salles Gomes, o evento é o mais longevo do país dedicado exclusivamente ao cinema nacional. A edição deste ano será realizada de 20 a 28 de setembro e contará com uma programação ampliada, reafirmando sua posição de destaque entre os festivais de cinema do Brasil.
O anúncio oficial foi feito na terça-feira (6), em coletiva de imprensa no hall do Cine Brasília, e marcou a abertura das inscrições para curtas e longas-metragens nacionais. As produções interessadas em compor a seleção oficial do festival têm até o dia 9 de junho para se inscrever pelo site oficial do evento. Com um dia a mais de duração, a programação terá nove dias e abrigará, além das mostras competitivas, oficinas, exibições paralelas e debates em diferentes regiões administrativas do Distrito Federal.
De acordo com o secretário de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal e presidente do festival, Claudio Abrantes, a edição comemorativa reforça a resiliência do evento. “Nem a ditadura e nem a pandemia conseguiram parar o festival”, destacou Abrantes. A retomada do evento para o mês de setembro, tradicionalmente marcado pela florada dos ipês e clima seco, foi celebrada como um retorno simbólico ao protagonismo que o festival sempre exerceu no cenário nacional.
A coordenadora-geral do festival, Sara Rocha, atribui esse novo fôlego ao edital trianual que garantiu orçamento para as edições de 2024, 2025 e 2026. “Esse retorno a setembro é fundamental para o posicionamento estratégico do festival no calendário nacional”, afirmou. Desde 2023, o Festival de Brasília conta com o patrocínio master do Banco de Brasília (BRB), o maior já realizado pela instituição para o evento.
A Mostra Brasília, voltada à produção local, também terá mudanças importantes: serão exibidos 10 curtas e 5 longas ao longo de cinco dias, disputando o 29º Troféu Câmara Legislativa. O valor total dos prêmios passa de R$ 240 mil para R$ 298 mil. O edital específico da mostra será lançado ainda esta semana, mas as inscrições já estão abertas pelo site oficial do festival.
Entre os eventos paralelos confirmados estão a sétima edição do Ambiente de Mercado, espaço destinado a pitchings e rodadas de negócios com players do setor audiovisual nacional e internacional, e a segunda edição da Conferência Nacional do Audiovisual, importante fórum de debates sobre políticas públicas para o setor.
A estrutura do Cine Brasília, sede histórica do festival, será novamente ampliada. Além de uma nova sala de cinema para exibições paralelas e espaços para oficinas e debates, está previsto o lançamento de um edital para construção do anexo idealizado por Oscar Niemeyer, incluindo salas menores de exibição e uma cinemateca. Também será realizada a licitação para a aquisição de um projetor 4K.
Como parte das comemorações dos 60 anos do evento, o Cine Brasília recebe de 6 a 11 de maio a mostra especial “60 Anos – 1 Filme por Década”. Com entrada gratuita e sessões sempre às 18h, a seleção reúne seis filmes emblemáticos que marcaram época no festival: “Todas as Mulheres do Mundo” (1966), de Domingos de Oliveira; “Nunca Fomos Tão Felizes” (1984), de Murilo Salles; “Que Bom Te Ver Viva” (1989), de Lúcia Murat; “Amarelo Manga” (2002), de Cláudio Assis; “É Proibido Fumar” (2009), de Anna Muylaert; e “Temporada” (2018), de André Novais Oliveira.
A programação completa do 58º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro será divulgada no dia 20 de agosto.