MARIANA BRASIL
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
Demitida nesta segunda-feira (5) do Ministério das Mulheres, Cida Gonçalves afirmou que o presidente Lula (PT) não alegou insatisfações com sua gestão ao justificar a troca na chefia da pasta.
“Não é uma troca por incompetência, por assédio, por rixa, não é isso. É uma troca de rumo, de momentos. Tem horas que você está no limite do esgotamento daquilo que você pode avançar, ampliar, e gente nova chega com um novo olhar, com uma outra perspectiva”, disse Cida.
Ela afirmou ainda possuir um perfil mais de “gestora”, mas não respondeu se o presidente se queixou de uma falta de postura política no cargo. A declaração foi feita a jornalistas na sede do Ministério das Mulheres ao lado da nova chefe da pasta, Márcia Lopes, também petista.
Lula e Cida já haviam se reunido na última sexta-feira (2), quando já havia a perspectiva de que a assistente social seria demitida. Na tarde desta segunda, o governo oficializou a demissão e anunciou Márcia como nova ministra.
Questionada sobre o episódio de denúncias de assédio moral às quais o Ministério foi alvo sob seu comando, Cida afirmou que o tema não foi abordado pelo presidente e negou as denúncias. Em janeiro deste ano, a CGU (Controladoria-Geral da União) encaminhou os relatos de servidoras à Comissão.
“Não contou [na demissão] a questão do assédio, acho que é importante dizer isso, não contou a discussão do assédio. Aliás, eu gostaria de dizer aqui que foi arquivado o processo na Comissão de Ética [da Presidência], apesar disso estar sendo dito permanentemente, isso foi arquivado, não existe, nós não temos denúncia no Ministério das Mulheres”, declarou.
A nova ministra, Márcia Lopes, afirmou, por sua vez, que pretende dar continuidade ao trabalho de Cida e já tem reunião marcada com a antecessora para esta terça-feira (6), junto a secretárias estaduais da mulher.
Questionada sobre a preocupação de Lula em aumentar sua popularidade com as eleitoras mulheres, ela afirmou que o presidente disse querer as mulheres “mais contentes”, além de protegidas.
Em suas redes sociais, ela agradeceu o convite. “Sei que essa caminhada não será simples, mas será coletiva. E é com vocês, com escuta e diálogo, que pretendo seguir”, escreveu.