SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Os cardeais eleitores iniciarão o primeiro dia do conclave, nesta quarta (7), com uma missa às 5h no horário de Brasília (cinco horas a menos que Roma). Eles se reunirão na Basílica de São Pedro para a cerimônia ‘Pro Eligendo Romano Pontifice’, destinada a pedir a orientação do Espírito Santo na escolha do novo papa. Será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, 91, decano do Colégio Cardinalício e não eleitor do conclave por ter mais de 80 anos.
Às 11h30 do mesmo dia (horário de Brasília), os 133 cardeais eleitores seguem para a Capela Paulina, no Palácio Apostólico, para rezar a Ladainha de Todos os Santos. Depois, devem realizar uma procissão até a Capela Sistina, onde cada um jurará obedecer às normas da sucessão papal e se comprometerá a cumprir o Munus Petrinum (Missão de Pedro, em latim), ou seja, a incumbência de conduzir a Igreja que, na tradição católica, foi concedida como uma graça divina ao apóstolo Pedro, o primeiro dos 266 papas até hoje.
Os cardeais também se comprometem a manter absoluto sigilo sobre todos os detalhes relacionados à eleição e a resistir a qualquer tentativa externa de influenciar o processo.
Por volta do meio-dia, o mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, o arcebispo italiano Diego Giovanni Ravelli, será o responsável por proclamar o ‘extra omnes’ (todos fora), ordenando que todos os que não participam da eleição deixem a Capela Sistina.
As portas são trancadas e, antes da primeira votação, é feita uma última reflexão.
O conclave será oficialmente iniciado a partir desse momento, e os eleitores permanecerão isolados até a escolha do novo papa. Os cardeais não terão acesso a internet, telefone ou TV, e seus celulares serão retirados.
O cardeal Raniero Cantalamessa, pregador emérito da Casa Pontifícia, fará a segunda meditação aos cardeais eleitores, na presença do mestre das Celebrações. Depois disso, ambos deixam a Capela Sistina e tem início a votação.
Se houver tempo, o primeiro escrutínio será realizado ainda na noite da quarta (tarde no Brasil). Nos dias seguintes, haverá quatro votações diárias: duas pela manhã e duas à tarde.
Todas as cédulas são queimadas após cada rodada. Com a eleição do papa, a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina é branca; caso contrário, é preta, indicando que ainda não foi feita a escolha.
Os sinais de fumaça para cada votação costumam ser emitidos às 5h30, 7h, 12h30 e 14h de Brasília. Antes de cada turno, os cardeais repetem o juramento. Se não houver resultado até o sábado (10), o processo pode ser interrompido no domingo (11) para um momento de oração.
Se preciso, há até dez dias de votação, quatro vezes por dia. A cada sete votações, pode haver uma pausa e o discurso de um cardeal, seguindo essa ordem: na primeira pausa, fala o cardeal-diácono mais antigo; na seguinte, o cardeal-presbítero mais velho; e, por fim, o decano entre os cardeais-bispos.
A partir do dia 22, caso ainda não haja vencedor, apenas os dois candidatos mais votados concorrem. Os cardeais ficam isolados até que um deles alcance dois terços dos votos.
No conclave que elegeu Francisco, a fumaça branca anunciando sua vitória emergiu da Capela Sistina na quinta rodada de votação, no segundo dia de isolamento.