
Após realizarem um sobrevoo na Gleba Baliza neste domingo, 4, os deputados estaduais Jorge Everton (União Brasil) e Renato Silva ( Podemos) constataram possíveis fraudes em documentos apresentados pelo Instituto de Terras de Roraima (Iteraima) que mostram áreas ocupadas, mas que na realidade não há indícios de presença humana.
Os deputados, que são membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Grilagem de Terras da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), realizaram a ação para verificar a extensão das áreas ocupadas por pessoas que se dizem proprietárias de terras públicas estaduais.
A Gleba Baliza possui aproximadamente 900 mil hectares, com 415 mil sendo de domínio estadual. A área abrange os municípios de São Luiz do Anauá (22 mil hectares), São joão da Baliza (81 mil hectares) e Caroebe (780 mil hectares).
“Há vastas áreas de vegetação nativa sem qualquer presença humana. Em alguns pontos há ocupações isoladas. Vamos garantir o direito à terra a quem realmente comprovar posse legítima”, afirmou o deputado Jorge Everton, presidente da CPI.

De acordo com a ALE-RR, a análise dos casos será feita individualmente, com a atuação da CPI, Iteraima, Ministério Público e Poder Judiciário. Relator da CPI, o deputado estadual Renato Silva afirmou que há processos de regularização fundiária em nome de pessoas que sequer residem em Roraima.
“São áreas virgens, sem presença humana ou evidências de produção. Algumas dessas famílias estavam conseguindo regularizar os lotes. As imagens de satélite já indicavam isso, e agora confirmamos no sobrevoo. Todo o material foi gravado e será apresentado à sociedade em breve”, adiantou Renato Silva.

O sobrevoo na Gleba Baliza terminou com uma reunião na Câmara Municipal de Caroebe, onde reuniu moradores e o presidente do Iteraima, Ionilson Sampaio.
“Não adianta tentar enganar o órgão fundiário. A tecnologia hoje é precisa. Se alguém afirma que estava lá em 2009, puxamos as imagens e confirmamos. Se não há vestígios, não há como validar”, afirmou Ionilson Sampaio.

Morador há mais de 40 anos, o colono Bebé da Farmácia relatou as dificuldades enfrentadas. “Estamos lidando com muitos casos de invasão. A sociedade precisa saber quem realmente é dono da terra”, declarou o colono.

CPI da Grilagem
Instalada pelo Ato da Presidência nº 003/2025, a CPI foi criada após denúncias encaminhadas pelo Ministério Público de Contas (MPC), que também solicitou o afastamento da então presidente do Iteraima, Dilma Lindalva Pereira da Costa, acusada de grilagem e favorecimento indevido na regularização fundiária da Gleba Baliza.
Além de Jorge Everton (presidente) e Renato Silva (relator), integram a CPI os deputados Soldado Sampaio (Republicanos), Armando Neto (PL), vice-presidente, Marcinho Belota (PRTB), Chico Mozart (PRTB) e Neto Loureiro (PMB).
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