Maio Roxo: saiba como se prevenir de doenças inflamatórias intestinais (DIIS)

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Campanha chama atenção para os sinais das doenças inflamatórias intestinais, que afetam principalmente jovens adultos – Foto: Divulgação

O Maio Roxo marca o mês dedicado à conscientização sobre doenças inflamatórias intestinais (DIIs), entre elas a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa, que são autoimunes, afetando principalmente jovens entre 18 e 40 anos.

A prevalência dessas doenças no Brasil é de 100 casos por 100 mil habitantes, principalmente na região Sul e Sudeste, segundo estudo publicado na revista The Lancet Regional Health Americas.

Pacientes com tais condições enfrentam sintomas que podem passar despercebidos ou mesmo ser confundidos com outras doenças, o que pode postergar o tratamento ou atrasar a descoberta do diagnóstico.

“Diarreia por mais de 30 dias, dor abdominal importante, perda de peso e anemia são sinais de alerta que não devem ser ignorados; precisam ser investigados para um diagnóstico precoce das doenças inflamatórias intestinais”, afirma Dr. Harry Kleinubing, médico coloproctologista do LAK Hospital Dia.

Embora ainda não exista cura definitiva, os avanços médicos têm proporcionado opções terapêuticas efetivas e, consequentemente, têm trazido maior qualidade de vida para pessoas afetadas por estas doenças no país.

O que é o Maio Roxo

A campanha do Maio Roxo coincide com o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, em 19 de maio, que foi instituído em 2010 e é coordenado pela Federação Europeia de Colite Ulcerativa e Crohn, sendo a data celebrada em mais de 50 países.

Ela surgiu no Brasil também em 2010, promovida pela Associação Brasileira de Colite e Doença de Crohn. Trata-se, portanto, de um movimento de conscientização sobre condições que afetam o trato digestivo e que podem causar dor abdominal, diarreia, sangramento, anemia e fadiga.

Como se prevenir

A prevenção de doenças inflamatórias intestinais depende de um estilo de vida saudável, incluindo alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e controle do estresse, sendo indicado o acompanhamento médico regular. Estas estratégias ajudam a prevenir, reduzir os riscos e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

Alimentação equilibrada

Uma dieta balanceada é vital para prevenir problemas intestinais que são foco do Maio Roxo. Alimentos ricos em fibras, como frutas, vegetais e grãos integrais, contribuem para o bom funcionamento do sistema digestivo.

Um estudo de pesquisadores da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, reforça que dietas com alto teor de peixes e vegetais estão associadas a menor incidência de doenças inflamatórias intestinais. ​

Além disso, pesquisas indicam que o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados está associado a alterações no microbioma intestinal e aumento da inflamação, fatores de risco para DII. ​Portanto, evitar esses alimentos é o melhor caminho para uma prevenção eficaz.

Prática regular de exercícios físicos

Os exercícios físicos ajudam a fortalecer o sistema imunológico e a melhorar a saúde intestinal, dois fatores importantes para quem acompanha as iniciativas do Maio Roxo. O corpo humano precisa de movimento regular para manter todos os sistemas funcionando adequadamente, inclusive o digestivo.

Uma meta-análise publicada no Journal of Crohn’s and Colitis revelou que a prática regular de atividade física está associada a uma redução significativa no risco de desenvolver DIIs.

Controle do estresse e atenção à saúde mental

O estresse excessivo pode desencadear crises em pessoas com predisposição a doenças inflamatórias intestinais. O cérebro e o intestino são como dois parceiros; quando um se desestabiliza, o outro pode seguir o mesmo caminho.

Um estudo publicado na National Library of Medicine reforça essa relação. “A produção simpática desencadeada pelo estresse psicológico enriquece o Lactobacillus murinus comensal intestinal, aumentando a produção de indol-3-acetato (AIA), o que contribui para uma perda transferível de células secretoras intestinais”, aponta o estudo.

A pesquisa demonstra que o estresse mental pode agravar condições como a síndrome do intestino irritável e doenças inflamatórias intestinais. A descoberta envolve o papel do microbioma intestinal, especialmente um metabólito chamado IAA, que prejudicou a função das células intestinais em camundongos.

Diante disso, a devida atenção à saúde mental, bem como estabelecer uma boa rotina de sono, contribui para prevenir as DIIS, visto que o organismo consegue dessa forma otimizar suas defesas naturais contra inflamações.

Como funciona o tratamento de doenças intestinais

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Com o tratamento adequado, pacientes podem alcançar remissão e levar uma vida praticamente normal – Foto: Divulgação/Lak Hospital Dia

Apesar de não haver cura definitiva para condições como a doença de Crohn e retocolite, os tratamentos atuais são bastante eficazes no controle dos sintomas e na prevenção de crises.

Com o tratamento adequado, o paciente pode atingir a remissão (ausência de sintomas), chegando a ter a sensação de estar 100% curado e, assim, é possível que ele leve uma vida praticamente normal.

O plano terapêutico geralmente inclui medicamentos quimioterápicos, imunossupressores e, em alguns casos, medicamentos biológicos. Em situações mais graves, a cirurgia pode ser necessária, especialmente quando há complicações como obstruções ou fístulas.

Embora exista um componente genético nas doenças intestinais, ter familiares afetados não significa necessariamente que a pessoa desenvolverá a condição. Em todo caso, com diagnóstico precoce, é possível evitar riscos e melhorar consideravelmente as funções do trato intestinal.

Quais são os sintomas

Os sintomas das DIIs incluem sangue nas fezes, que é um sinal de alerta vital para buscar avaliação médica. Outros indicadores importantes são dor abdominal persistente, diarreia, anemia, alterações nos hábitos intestinais e perda de peso. A anemia é comum devido à perda de sangue ou à deficiência na absorção de nutrientes.

Algumas vezes, a diarreia crônica é seguida de cansaço constante e fadiga, sintomas que podem passar despercebidos no dia a dia, mas que merecem atenção.

Como lembra o Dr. Harry Kleinubing, médico coloproctologista, as DIIS impactam severamente o dia a dia, dificultando atividades como trabalho e estudos devido às idas frequentes ao banheiro. Por isso, diante dos sintomas, não deixe de procurar um médico especialista.

Principais exames

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Diagnóstico das DIIs envolve exames laboratoriais, endoscópicos e de imagem para avaliação completa do trato intestinal – Foto: Divulgação/Lak Hospital Dia

O diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais (DII) depende de uma combinação de exames. Os principais incluem os laboratoriais, colonoscopia, endoscopia e exames de imagem, que são utilizados no diagnóstico e acompanhamento.

Os exames laboratoriais abrangem hemograma completo, marcadores inflamatórios (PCR,  VHS e calprotectina), além da análise de fezes para descartar ou evidenciar infecções. Já a colonoscopia permite visualizar diretamente o intestino e coletar amostras para biópsia.

A endoscopia digestiva alta complementa a investigação quando há sintomas que afetam o trato digestivo superior. Por sua vez, os exames de imagem como tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassonografia também são úteis para avaliar a extensão da doença e possíveis complicações, como fístulas ou abscessos.

Para saber mais sobre a campanha do Maio Roxo, acesse o site do LAK Hospital Dia e as redes sociais.

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