Saúde cardíaca: como evitar doenças no futuro

O crescente envelhecimento da população brasileira, revelado pelos dados do IBGE, levanta preocupações sobre a maior incidência de doenças cardíacas. Em entrevista à Rádio Cidade em Dia, o cardiologista Amadeu Antônio Bertuol Filho destacou a importância da prevenção desde a juventude e do diagnóstico precoce para garantir a saúde cardiovascular ao longo da vida.

Segundo o Censo 2022 do IBGE, o número de brasileiros com 65 anos ou mais cresceu mais de 50% nos últimos 12 anos, representando agora mais de 10% da população total do país. Esse aumento no envelhecimento populacional acarreta também um crescimento nas doenças cardiovasculares, o que torna a saúde do coração uma prioridade em todas as idades.

“É essencial perceber o envelhecimento da população. As pessoas estão vivendo mais e com maior qualidade de vida, mas o cuidado com a saúde deve começar desde cedo”, enfatizou o doutor Bertuol. O cardiologista explicou que doenças cardíacas que surgem aos 50 ou 60 anos frequentemente têm origem em hábitos e descuidos desde a juventude.

Ele recomendou que uma avaliação médica preventiva seja realizada já a partir dos 25 anos, com o objetivo de identificar precocemente fatores de risco, como hipertensão, obesidade, diabetes e colesterol elevado. “Esse exame inicial permite traçar estratégias de prevenção para problemas futuros”, explicou.

Além das consultas, o doutor Bertuol enfatizou a importância de exames regulares. “Exames de sangue são essenciais para monitorar o colesterol e a diabetes. Dependendo do caso, exames mais específicos, como o score de cálcio, podem ser necessários para detectar alterações nas artérias coronárias”, detalhou.

O cardiologista também alertou sobre os principais problemas cardíacos no Brasil, como o infarto e o Acidente Vascular Cerebral (AVC), que são as principais causas de morte no país. Ele explicou que condições como pressão alta, diabetes, colesterol elevado e o tabagismo são fatores determinantes para o desenvolvimento dessas doenças, além do desgaste natural das válvulas cardíacas em idosos.

A prevenção, segundo o especialista, é essencial para evitar complicações. O consumo excessivo de sal, um hábito comum na cultura alimentar brasileira, foi um ponto de alerta. Bertuol recomendou limitar a ingestão a uma colher de chá por dia e evitar o açúcar processado. Além disso, a prática regular de atividades físicas, como caminhadas diárias, é fundamental para manter o metabolismo ativo e evitar a fragilidade muscular associada ao envelhecimento.

Em relação à periodicidade das consultas, o cardiologista sugeriu que pessoas saudáveis realizem uma avaliação inicial entre 25 e 30 anos, com repetições a cada 3 a 5 anos até os 50 anos. Após essa faixa etária, a recomendação é fazer uma avaliação anual. Pacientes com condições preexistentes devem seguir o acompanhamento médico com maior frequência.

O doutor Bertuol também ressaltou a importância de não ignorar sintomas como desconforto torácico, sensação de aperto ou queimação no peito, especialmente em pessoas acima de 40 anos ou com fatores de risco. “Esses sintomas podem ser sinais de angina, um alerta do coração. Procurar atendimento médico imediato pode prevenir um infarto”, concluiu.

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