O Departamento de Saúde dos Estados Unidos publicou nesta quinta-feira (1º) um extenso relatório sobre o atendimento médico de menores transgêneros, no qual adverte sobre os “importantes riscos” de tratamentos hormonais e cirúrgicos propostos a eles.
No documento de mais de 400 páginas, não constam os nomes dos autores do relatório.
O governo do presidente republicano Donald Trump tomou várias ações desde o final de janeiro contra pessoas trans, como tentar proibi-las de servir nas forças armadas.
Os tratamentos hormonais e cirúrgicos destinados a menores que não se sentem em concordância com o gênero atribuído ao nascer são objeto de debate nos Estados Unidos e em outros países.
Em 2024, um estudo encomendado pelas autoridades sanitárias britânicas pediu “extrema prudência” na prescrição destes cuidados.
Segundo o relatório americano publicado nesta quinta, tais tratamentos apresentam riscos de “infertilidade/esterilidade, disfunção sexual, alteração da densidade óssea, impactos cognitivos indesejáveis, doenças cardiovasculares e transtornos metabólicos, transtornos psiquiátricos, complicações cirúrgicas e arrependimento”.
“Nosso dever é proteger as crianças do nosso país e não expô-las a intervenções médicas não testadas e irreversíveis”, insistiu Jay Bhattacharya, chefe dos institutos nacionais de saúde (NIH), órgão americano responsável pela pesquisa médica.
Uma conclusão que Aisha Mays, membro da organização Physicians for Reproductive Health, refuta.
É “uma propaganda destinada a deslegitimar o atendimento médico perfeitamente seguro, eficaz e baseado em evidências”, afirma em um comunicado.
De acordo com um estudo recente publicado na revista Jama Pediatrics, menos de 0,1% dos menores americanos com seguro privado receberam tais tratamentos hormonais entre 2018 e 2022.
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