Cerca de 600 soldados norte-coreanos morreram lutando pela Rússia contra a Ucrânia, e milhares ficaram feridos, disse um parlamentar da Coreia do Sul após participar de uma reunião informativa de uma agência de espionagem perante o comitê de inteligência do Parlamento em Seul.
“Até agora, as baixas das tropas norte-coreanas são estimadas em cerca de 4.700, incluindo aproximadamente 600 mortos”, disse o parlamentar sul-coreano Lee Seong-kweun.
“Entendemos que os corpos dos soldados mortos foram cremados em Kursk antes de serem transportados” de volta para a Coreia do Norte, acrescentou.
O reservado país comunista confirmou pela primeira vez, na segunda-feira, que havia enviado tropas para a Rússia.
Segundo a agência de notícias oficial KCNA, os soldados ajudaram Moscou a recuperar as áreas de Kursk capturadas pela Ucrânia com uma ofensiva surpresa em meados de 2024.
A Rússia também reconheceu a assistência, quando seu presidente, Vladimir Putin, agradeceu aos soldados norte-coreanos que lutam em Kursk por sua “façanha”.
Segundo a inteligência sul-coreana, a Coreia do Norte enviou “18.000 soldados em duas fases”, explicou Lee.
Os combates em Kursk diminuíram a partir de março e, desde então, “houve relatos de má conduta entre as forças norte-coreanas, como consumo excessivo de álcool e roubo”, acrescentou.
Mas após seis meses de mobilização, os serviços de inteligência de Seul estimam que “a capacidade de combate (das tropas norte-coreanas) melhorou significativamente”.
“A inexperiência anterior diminuiu e se tornaram mais hábeis no uso de novos sistemas de armas, incluindo drones”, observou Lee.
Rússia e Coreia do Norte fortaleceram sua cooperação militar desde a invasão da Ucrânia em 2022 e assinaram um acordo de defesa mútua no ano passado.
Segundo Seul, a Coreia do Norte forneceu grandes quantidades de armas, incluindo mísseis, ao seu aliado em troca de apoio técnico significativo da Rússia.
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