Para quem deseja ir ao Japão, é fundamental se inteirar da cultura para que a viagem dos sonhos não se transforme em momentos de constrangimento. Bater a porta de um táxi, contar o troco na frente do atendente ou falar alto ao telefone em locais públicos são pequenos gestos corriqueiros que podem representar verdadeiras gafes.
“Embora os japoneses sejam compreensivos com turistas e percebam com facilidade que você é estrangeiro, isso não significa que tudo seja aceitável. Algumas atitudes consideradas normais em outros países podem soar mal no Japão”, destaca a publicação do blog Viaja que Passa.

Para quem vai ao Japão é essencial buscar informações sobre a cultura local. Créditos da imagem: unsplash
“Mesmo que não se espere que os viajantes se tornem especialistas no assunto, informar-se sobre a etiqueta e os protocolos básicos pode contribuir para uma experiência de viagem proveitosa”, ressalta o Japan Travel Guide, que considera o conhecimento prévio dos costumes locais “uma ótima maneira de interagir com a população local”.
Silêncio e tom de voz baixo
Segundo o Kumon Brasil, a cultura japonesa “valoriza profundamente o silêncio, especialmente em locais públicos como trens e ônibus”, considerando conversas em voz alta falta de consideração com os demais.
Entender esse comportamento é fundamental, pois grande parte do deslocamento pelo Japão pode ser feito de trem, como explica a publicação do blog Viaja que Passa. “A malha ferroviária japonesa é uma das mais eficientes e extensas do mundo, e é totalmente possível que toda a sua viagem pelo país seja feita apenas de trem. Por isso, entender como funciona esse meio de transporte vai ajudar, e muito, na hora de se locomover.”
O Japan Travel Guide informa que “é de bom tom fazer uma fila ao lado do trem para permitir que os passageiros desembarquem antes de embarcar”. Nada de confusão ou empurra-empurra: a ordem prevalece mesmo nos horários de pico.

Um lugar perfeito para relaxar é no Onsen, porém, pode haver regras restritivas a quem possuir tatuagem. Créditos da imagem: unsplash
O famoso hábito de tirar os sapatos
Visando a limpeza e a separação entre o mundo exterior e os espaços íntimos, os japoneses possuem o hábito de deixar os calçados na entrada.
“Nas casas japonesas, há uma área chamada genkan, em que os sapatos são deixados, e a troca por chinelos, ou uwabaki, é feita”, explica o Kumon Brasil.
Dependendo do tipo de hospedagem, esta regra também é indispensável. Enquanto hotéis ocidentais seguem padrões familiares aos brasileiros, os tradicionais ryokans operam segundo códigos específicos que incluem “tirar os sapatos na entrada dos quartos até dormir em futons no chão”, conforme o Japan Travel Guide.
Esse costume se estende a diversos ambientes, incluindo restaurantes tradicionais com tatame, sendo um dos primeiros testes culturais enfrentados pelos visitantes estrangeiros.
Diferenças com relação à cultura brasileira
Ao contrário de alguns comportamentos e regras de etiqueta no Brasil, o barulho feito ao sorver o macarrão não é considerado falta de educação, mas é uma forma de demonstrar que se apreciou a comida servida. Além disto, a conta, geralmente, é entregue à mesa, mas o pagamento só ocorre no caixa, na saída, por questão higiênica. E atenção: oferecer gorjeta é considerado ofensivo, pois sugere que o serviço prestado não foi valorizado.
Abraços e beijos são inadequados em público
Esqueça os calorosos abraços brasileiros. No Japão, a reverência consiste em curvar levemente o tronco e a cabeça e dizer um oi e representa a forma tradicional de saudação.
“Quem chega ao Japão pela primeira vez pode se surpreender com a educação, gentileza e formalidade no atendimento. Existe até um termo específico para essa hospitalidade típica japonesa: ‘omotenashi’, que representa a ideia de servir com atenção e cuidado, sem esperar nada em troca”, informa a publicação do blog Viagem que Passa. “É muito comum que funcionários de lojas, restaurantes e hotéis se curvem para cumprimentar os clientes. Além disso, a linguagem utilizada nesses contextos é sempre extremamente formal e polida.”
O Kumon Brasil explica que a reverência ou inclinação, conhecida como ojigi, é uma forma tradicional de saudação e respeito. “Curvar-se não é apenas uma questão de educação, mas também demonstração de humildade e agradecimento”.
Proibição de tatuados nos Onsens, onde se objetiva a purificação corporal
Os banhos públicos japoneses oferecem uma experiência cultural única, mas cercada de protocolos específicos. “Existem alguns costumes básicos que precisam ser seguidos para garantir que todos tenham uma experiência cultural higiênica e agradável”, explica o Japan Travel Guide, destacando a necessidade de lavar-se completamente antes de entrar nos banhos e nunca submergir a toalha na água.
Pessoas com tatuagens enfrentam desafios particulares. Alguns locais como águas termais, casas de banho, piscinas e academias públicas não permitem a entrada de pessoas tatuadas. Isso ocorre porque as tatuagens ainda evocam medo ou desconforto em parte da população japonesa, devido a uma longa história de associações negativas, particularmente com criminalidade e marginalização social.
Essa percepção cultural ainda afeta tanto os japoneses quanto os turistas, embora existam nuances. Segundo o Japan Travel Guide, é “verificar com antecedência as regras do local ou tentar cobrir a tatuagem com um curativo à prova d’água.”
Para além das restrições, o Kumon Brasil ressalta que os onsen (termas naturais) e sento (banhos públicos) representam mais que momentos de higiene – são espaços de “relaxamento e convivência social”, permitindo uma imersão literal e figurada na cultura local. Respeitar esses códigos de conduta não apenas evita constrangimentos, mas demonstra consideração genuína pela rica tradição japonesa.