Santos aposta em Cléber Xavier , ex-auxiliar de Tite, e ganha o “Combo sem Big Mac”

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O Santos Futebol Clube anunciou oficialmente Cléber Xavier como seu novo técnico, mas a contratação, longe de trazer unanimidade, trouxe a mistura de esperança e desconfiança que domina a torcida. Afinal, Cléber, aos 61 anos, é reconhecido há décadas como o braço direito de Tite, um homem de vasto conhecimento tático, mas sem qualquer quilômetro rodado como treinador principal.

É a clássica situação de tirar um solista da orquestra e pedir que ele conduza todo o espetáculo como maestro. Cléber sempre foi elogiado nos bastidores por seu olhar estratégico, suas leituras de jogo e pela inteligência no apoio a Tite. Mas nunca sentiu o peso de ser o dono da palavra final, o rosto das decisões, o centro das críticas. E essa diferença, no futebol, é brutal.

O cenário lembra muito o que se vê no Flamengo com Filipe Luís: um estreante como técnico, respaldado por sua história e visão de jogo. Mas enquanto Filipe começou em competições menores, ganhando casca, Cléber já chega pressionado, num ambiente carregado e com um torcedor impaciente.

Há ainda um componente que não pode ser ignorado: a influência direta de Neymar. O camisa 10 do Peixe, que sempre gostou de Cléber Xavier durante sua passagem pela Seleção Brasileira, teria sugerido — ou melhor, determinado — o nome. E, no atual Santos, Neymar não é apenas ídolo: é também uma força política decisiva. O que coloca o novo treinador numa posição delicada, sem a liberdade ou autoridade necessárias para, por exemplo, exigir mais empenho ou repreender o astro, caso necessário.

Outro detalhe curioso é que Cléber não veio sozinho. Trouxe com ele o preparador físico Fábio Mahseredjian e o auxiliar Matheus Bachi, filho de Tite. A trinca que acompanhou o ex-treinador da Seleção Brasileira em duas Copas do Mundo desembarca na Vila como uma extensão do trabalho anterior. E, claro, as redes sociais não perdoaram: a comparação preferida dos torcedores foi de que o Santos comprou o “combo do Big Mac sem o lanche”. Tem batata, tem refrigerante… mas falta o prato principal.

Enquanto isso, a torcida santista, entre memes e desabafos, prepara o coração: ou isso vai dar muito certo, ou vai ser mais uma roleta-russa no já instável cardápio da Vila Belmiro.

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