
Na véspera, a norte-americana recuou 0,68%, cotada a R$ 5,6480. Já o principal índice da bolsa de valores brasileira encerrou o dia com alta de 0,21%, aos 135.016 pontos, maior valor desde 16 de setembro (135.118 pontos). Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
O dólar abriu a sessão desta terça-feira (29) em alta, conforme investidores continuam a repercutir os sinais de progresso de acordos tarifários entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais. Uma série de indicadores econômicos também ficam no radar.
Na véspera, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que entre 15 e 18 países já estão em negociações com os EUA, e que o país deve assinar o primeiro acordo entre essa semana e a próxima.
Apesar de a afirmativa ter recebido contestação de outros líderes do mundo, a leitura de que o governo Trump tem utilizado um tom mais brando para abordar a política tarifária do republicano tem trazido alívio aos mercados.
Agora, investidores aguardam sinalizações mais concretas sobre as negociações comerciais, principalmente no que diz respeito à China.
Nas últimas semanas, o republicano mais de uma vez se disse disposto a fazer um acordo comercial com a China, indicando que está em contato com o presidente chinês, Xi Jinping, para discutir a troca de tarifas entre os dois países.
E, apesar de a China ter negado que esteja conversando com o presidente norte-americano, notícias de que o país asiático teria suspendido as tarifas em alguns produtos norte-americanos importados, reacenderam as esperanças de um alívio nas tensões.
Na agenda de indicadores, o mercado segue monitorando uma série de dados econômicos norte-americanos, em busca de sinais sobre os impactos do tarifaço de Trump na economia dos EUA.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar abriu a sessão desta terça-feira (29). Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,68%, cotado a R$ 5,6480.
Com o resultado, acumulou:
recuo de 0,68% na semana;
queda de 1,01% no mês; e
perda de 8,60% no ano.
a
📈Ibovespa
As negociações no Ibovespa, por sua vez, só começam a partir das 10h.
Na véspera, o índice fechou em alta de 0,21%, aos 135.016 pontos.
Com o resultado, o índice acumulou:
alta de 0,21% na semana;
avanço de 3,65% no mês; e
ganho de 12,25% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os sinais de progresso nos acordos tarifários entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais continuam a direcionar as negociações cambiais e nas bolsas de valores pelo mundo.
Na véspera, o secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que o governo Trump irá anunciar nesta terça-feira (29) medidas para reduzir o impacto de suas tarifas sobre o setor automotivo.
Além disso, Bessent, o secretário do Tesouro, disse que ao menos 15 negociações estão em andamento, indicando que o primeiro acordo deve ser assinado pelos EUA até a próxima semana.
A sinalização foi bem recebida pelo mercado, que agora aguarda indicações mais concretas sobre qual será o resultado dessas negociações e o quanto ela poderá ou não afetar a economia dos Estados Unidos.
Além disso, os desdobramentos da guerra comercial do país com a China também seguem no radar. Os agentes econômicos esperam uma resolução entre EUA e China, mas um eventual acordo permanece incerto, principalmente devido às falas contraditórias dos dois países sobre a possibilidade de negociação.
Nas últimas semanas, os governos dos EUA e da China têm dado sinalizações controversas ao mercado: enquanto Trump garante que tem conversado com Jinping para tratar sobre as tarifas, o líder chinês nega as tratativas.
“Gostaria de reiterar que a China e os EUA não realizaram consultas ou negociações sobre a questão das tarifas”, disse Guo Jiakun, porta-voz do ministério das relações exteriores. “Se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio de diálogo e negociação, devem parar de ameaçar e chantagear [a China].”
Na véspera, o país asiático chegou a adotar uma postura mais cautelosa ao falar sobre as tarifas, tentando amenizar as preocupações de que as taxas possam inviabilizar os esforços para sustentar a recuperação econômica chinesa.
Já nesta terça-feira, o embaixador de Pequim na Índia, Xu Feihong, afirmou que o país não vai praticar “dumping” (prática de vender produtos a preços mais baixos) com seus produtos em outros países devido à guerra comercial e tarifária com os EUA.
As afirmações vieram em uma tentativa de acalmar os temores de que produtos chineses baratos inundarão outros mercados e prejudicarão a concorrência e a produção de outros países.
Agenda econômica
A agenda econômica, que promete ser bastante movimentada nesta semana, também fica no radar.
Nesta terça-feira (29), dados do Banco Central Europeu (BCE) indicaram que houve um crescimento no volume de empréstimos para empresas da zona do euro em março, indicando que os cortes de juros promovidos pela instituição impulsionaram a atividade antes de os EUA iniciarem uma guerra comercial global.
Outra pesquisa da instituição mostrou que as expectativas de inflação da zona do euro aumentaram, também em reflexo das políticas tarifárias de Trump.
Investidores também aguardam novos dados do relatório de emprego Jolts, dos EUA, além de um indicador de confiança do consumidor.
Por aqui, na véspera, o boletim Focus, relatório que reúne as projeções de diversos indicadores econômicos, apontou que os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação de 2025 pela segunda semana consecutiva, de 5,57% para 5,55%.
Dados de emprego da Pnad, do IBGE, devem ser divulgados amanhã.