CBF tenta resgatar a camisa da Seleção — mas escolha do vermelho provoca nova divisão

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A camisa da Seleção Brasileira, que deveria simbolizar o orgulho de todo o país, acabou sequestrada pela guerra política dos últimos anos. Desde que o bolsonarismo transformou o amarelo em farda ideológica, milhões de brasileiros passaram a sentir desconforto ou vergonha ao vestir a tradicional camisa canarinho. Sensível a essa realidade — embora sem admitir publicamente — a CBF e a Nike decidiram agir: prepararam um novo uniforme para a Copa do Mundo de 2026, tentando reconciliar a torcida com a Seleção.

A iniciativa partia de um diagnóstico correto: o futebol brasileiro precisava recuperar sua identidade acima das disputas políticas. Mas a solução encontrada pode ter criado um problema ainda maior. De acordo com o site especializado Footy Headlines, a nova segunda camisa do Brasil será vermelha — uma cor historicamente associada à esquerda política.

O vazamento do novo uniforme, nesta segunda-feira (28), causou imediata comoção nas redes sociais. Em poucas horas, centenas de memes e comentários tomaram conta da internet, criticando a escolha e acusando a CBF de simplesmente trocar um “lado” por outro. A cor, que deveria representar neutralidade e modernidade, acabou sendo lida por muitos como um novo símbolo político — desta vez, do campo oposto.

A CBF ainda não se pronunciou oficialmente, mas nos bastidores já se admite que o efeito foi o oposto do desejado: ao tentar resgatar a camisa para todos os brasileiros, a entidade pode ter aprofundado ainda mais a polarização.

Historicamente, a Seleção já adotou mudanças nos uniformes. O azul, por exemplo, nasceu de um improviso na Copa de 1958, inspirado no manto de Nossa Senhora Aparecida. Em 2019, a equipe resgatou o branco, usado antes do trauma do Maracanazo. Mas desta vez o movimento não foi esportivo nem religioso — foi claramente político, ainda que de forma involuntária.

O tom exato de vermelho ainda é mantido em segredo, e o lançamento oficial está previsto para março de 2026. Outro detalhe curioso: o tradicional “swoosh” da Nike será substituído pelo logotipo da Jordan Brand, grife associada ao astro do basquete Michael Jordan, o que reforça a tentativa de dar um ar mais “moderno” ao uniforme.

Enquanto a Seleção ainda busca um novo técnico para comandar a equipe até o Mundial, fora de campo a CBF já enfrenta um desafio inesperado: devolver à camisa da Seleção seu verdadeiro significado. Mas, para isso, será preciso mais do que boas intenções — será necessário escolher cores que unam, e não que dividam ainda mais um país fraturado.

 

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