Por que ainda lemos clássicos da literatura?

Em uma época marcada pela velocidade da informação e pela produção incessante de novos conteúdos, pode parecer curioso que clássicos da literatura — alguns escritos há séculos — ainda ocupem tanto espaço em nossas estantes, escolas e conversas. Afinal, o que torna essas obras tão duradouras e essenciais? Por que seguimos voltando a Shakespeare, Machado de Assis, Dostoiévski, Jane Austen ou Clarice Lispector?

A resposta é multifacetada: os clássicos falam da condição humana de forma profunda, ressoam em diferentes épocas e ajudam a formar nossa visão de mundo.

Reflexões que atravessam o tempo
Os clássicos abordam temas universais: amor, morte, ambição, injustiça, liberdade, solidão. Mesmo quando retratam sociedades muito diferentes da nossa, eles capturam sentimentos e dilemas que ainda nos tocam. “Romeu e Julieta” discute o amor proibido; “Dom Casmurro” nos mergulha nas complexidades da confiança e do ciúme; “1984” alerta sobre os perigos do autoritarismo e da manipulação da informação — temas assustadoramente atuais.

“O clássico é aquele livro que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer”, escreveu o escritor Italo Calvino. Cada leitura de uma obra clássica pode revelar novas camadas de significado, conforme amadurecemos e acumulamos novas experiências.

Educação e formação cultural
Muitos clássicos também são pilares na formação educacional. Eles introduzem o leitor a estilos variados de escrita, a contextos históricos específicos e a diferentes formas de pensar. Além disso, influenciaram (e continuam a influenciar) toda a literatura posterior — conhecer os clássicos é compreender parte do alicerce de nossa cultura.

Um diálogo entre passado e presente
Ler clássicos é participar de uma conversa que atravessa gerações. Obras como “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, ou “Orgulho e Preconceito”, de Jane Austen, não são apenas “velhas histórias”: são pontos de partida para refletirmos sobre quem fomos, quem somos e quem queremos ser.

Além disso, os clássicos são constantemente revisitados em adaptações para o cinema, teatro, séries e quadrinhos, o que mostra como suas narrativas continuam se renovando e atingindo novos públicos.

O desafio e o prazer
É verdade que, para muitos, encarar um clássico pode parecer intimidador — a linguagem pode ser mais densa, o ritmo diferente do que estamos acostumados hoje. Mas é justamente aí que reside parte de seu valor: eles nos desafiam a sair da zona de conforto, a exercitar a paciência e a atenção.

E, superado o estranhamento inicial, o leitor encontra uma recompensa rara: a sensação de ter mergulhado em uma história que, mesmo nascida em outro tempo, ainda conversa diretamente com sua vida.

Ler para compreender melhor
No fim das contas, ainda lemos clássicos porque eles nos ajudam a entender o outro, o mundo e a nós mesmos. Eles falam de dores e alegrias que atravessam épocas e fronteiras. Mais do que “livros antigos”, são companheiros de jornada — prontos para serem redescobertos por cada nova geração de leitores.

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