Sem celular, portugueses ficaram mais de uma hora sem conseguir se informar sobre apagão

portugal energy emergency blackout

JOÃO GABRIEL DE LIMA

LISBOA (FOLHAPRESS) 

Lisboa já havia amanhecido caótica por causa de uma greve da Comboios de Portugal, administradora dos trens que ligam o centro da cidade à região metropolitana. A confusão aumentaria às 11h30 da manhã, 7h30 no Brasil.

Nesse horário, uma queda de energia apagou os semáforos, fechou os supermercados, deixou os hospitais e aeroportos dependente de geradores e colocou as autoridades de segurança de prontidão, com medo de possíveis rebeliões no sistema prisional.

A maior parte dos portugueses ficou cerca de uma hora sem saber o que estava acontecendo. Sem energia, as redes móveis saíram do ar e era impossível ter acesso a notícias ou mesmo se comunicar por WhatsApp.

As comunicações foram parcialmente restabelecidas por volta das 12h30, mas a título precário. O sinal voltava por 30 segundos, para depois sumir de novo por 15 a 20 minutos, o que tornava praticamente impossível mandar ou receber emails e navegar em sites noticiosos.

Era possível saber o básico: que o apagão atingira toda a Península Ibérica e partes da França e Bélgica. Algumas notícias falsas como a de um ataque cibernético coordenado pela Rússia circulavam mais rápido que os fatos.

Várias escolas também pararam e, por telefone, solicitaram aos pais que buscassem os filhos, conforme informou o jornal Expresso o que só poderia ser feito de carro. O metrô, meio de transporte usado pela maioria dos lisboetas, ficou às escuras.

Os tradicionais bondes, chamados em Portugal de eléctricos e muito apreciados pelos turistas, também pararam, justamente por serem elétricos. Até perto das 15h a energia não havia ainda voltado e as comunicações seguiam em estado precário.

Diversas lojas fecharam, e a maioria das que continuaram abertas aceitava pagamento apenas em dinheiro vivo, já que o sistema bancário caiu. Com supermercados fechados, estabelecimento de indianos e chineses, tradição em Lisboa, estavam vendendo muitas frutas e velas. Já farmácias não estavam vendendo remédios por receita medica, porque não tinham acesso ao sistema.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.