Setor plástico do Sul defende indústria no Senado

Empresários do setor plástico da região Sul de Santa Catarina participaram, nesta semana, de uma audiência da Comissão de Relações Exteriores do Senado Federal. O objetivo foi apresentar a realidade da indústria local diante das discussões internacionais sobre o Tratado Global de Combate à Poluição por Plásticos. A comitiva buscou esclarecer o atual cenário do segmento e alertar para os impactos de possíveis medidas de banimento do material.

Elias Caetano, diretor executivo do Sinplasc (Sindicato da Indústria do Material Plástico de Santa Catarina), conversou com a Rádio Cidade em Dia e relatou o clima da audiência como “bastante hostil aos plásticos, especialmente aos descartáveis”, além de observar “muita desinformação ou informações parciais que não correspondem à realidade do setor”.

De acordo com Caetano, os descartáveis são o principal alvo das propostas de banimento, conforme prevê o artigo 3º do tratado em discussão por 175 países. A última rodada de negociações ocorrerá em agosto, na Suíça. “Foi muito falado que o plástico descartável é dispensável, problemático e inútil”, afirmou.

A comitiva catarinense destacou, no entanto, que produtos descartáveis foram fundamentais em momentos de crise, como na pandemia e em tragédias climáticas recentes. “Durante a pandemia, garantiram a segurança alimentar e hospitalar. No Rio Grande do Sul, após as enchentes, descartáveis proporcionaram dignidade e segurança para a população, oferecendo condições básicas para consumo de água e alimentação”, exemplificou Caetano.

Durante a audiência, a comitiva apresentou argumentos e propostas não apenas aos parlamentares, mas também à embaixadora Maria Angélica Iqueda, do Itamaraty, que é a representante oficial do Brasil nas negociações. Um dos pontos destacados foi a força do Sul catarinense na indústria: a região é o principal polo de descartáveis plásticos do país e o segundo maior polo de reciclagem do Brasil, atrás apenas de São Paulo.

“A gente percebeu que essa informação era nova para muitos que estavam na audiência. Foi importante para dar um equilíbrio ao debate”, afirmou Caetano. A comitiva contou com a participação do presidente da Amrec, Valdir Fontanella , além dos deputados Volnei Weber e Daniel Freitas, vereadores e outros empresários da região.

Caetano ressaltou ainda que a indústria plástica é hoje a segunda maior economia da indústria de transformação no Sul do estado, com 240 empresas e 12.300 empregos diretos. “Somos também um polo importante de embalagens e reciclagem”, destacou.

Sobre a atuação da embaixadora Maria Angélica, Caetano avaliou de forma positiva: “Ela se mostrou sensata e ponderada, demonstrando preocupação com o impacto econômico. Vamos tentar trazê-la para conhecer o nosso polo”, disse.

Ele reforçou a necessidade de união regional em torno do tema. “O setor plástico se defendendo sozinho é uma coisa. A região toda se posicionando é outra”, afirmou.

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