Físico à frente do acelerador de partículas Sirius vence prêmio considerado o maior da ciência no Brasil


Antônio José Roque da Silva foi escolhido para receber o 37º Prêmio Almirante Álvaro Alberto. Pesquisador também está à frente da implantação de laboratório de biossegurança máxima de R$ 1 bilhão. Antônio José Roque da Silva foi escolhido para receber o 37º Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia
Divulgação/CNPEM
Coordenador do projeto Sirius – um dos mais modernos aceleradores de partículas do mundo – Antônio José Roque da Silva foi escolhido para receber o 37º Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia.
O prêmio, considerado o maior da ciência no Brasil, é concedido pelo CNPq em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e a Marinha do Brasil. Além de diploma, medalha e R$ 200 mil, o físico também deve ganhar uma viagem à Antártica e outra ao Centro Tecnológico da Marinha.
Diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), Silva liderou a concepção e o desenvolvimento do superlaboratório Sirius, e agora coordena também a implantação do Projeto Orion.
Projetado para ser uma estrutura única no mundo, o Orion, laboratório de biossegurança máxima (NB4) de R$ 1 bilhão, promete alavancar a ciência brasileira. É a primeira vez que a estrutura desse tipo estará conectada a uma fonte de luz síncrotron como o Sirius.
Em nota, o físico dedicou a premiação, que classificou como “um momento muito especial da carreira”, aos demais integrantes do CNPEM. “Sinto que esse prêmio não é apenas meu, mas de todos que constroem, com esforço coletivo, a ciência brasileira”.
“O Sirius é a materialização do que a ciência brasileira é capaz de fazer quando há visão de longo prazo, investimento adequado e valorização do conhecimento. É um exemplo concreto da capacidade técnica e intelectual que temos no Brasil, algo que precisa ser mostrado com orgulho para a sociedade”, disse o texto.
Com potencial para elevar ciência, Laboratório Sirius atrai atenção internacional
Professor da USP e membro da ABC
Além de dirigir o CNPEM, Silva também ocupa o cargo de professor titular do Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP). Tem graduação e mestrado em Física pela Unicamp, doutorado e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, e pós-doutorado pela Universidade da Califórnia, em Los Angeles.
É membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e membro da Academia de Ciências do Estado de São Paulo (ACIESP). Em 2018 foi agraciado com a medalha Nacional da Ordem do Mérito Científico, Classe Comendador, pela Presidência da República.
O que é o Sirius?
Principal projeto científico brasileiro, o Sirius é um laboratório de luz síncrotron de 4ª geração, que atua como uma espécie de “raio X superpotente” que analisa diversos tipos de materiais em escalas de átomos e moléculas. São apenas três no mundo com essa tecnologia.
❓ Para observar as estruturas, os cientistas aceleram os elétrons quase na velocidade da luz, fazendo com que percorram o túnel de 500 metros de comprimento 600 mil vezes por segundo. Depois, os elétrons são desviados para uma das estações de pesquisa, ou linhas de luz, para os experimentos.
🧲 Esse desvio é realizado com a ajuda de ímãs superpotentes, e eles são responsáveis por gerar a luz síncrotron. Apesar de extremamente brilhante, ela é invisível a olho nu. Segundo os cientistas, o feixe é 30 vezes mais fino que o diâmetro de um fio de cabelo.
Entenda como funciona o Sirius, o Laboratório de Luz Síncrotron
Infográfico: Juliane Monteiro, Igor Estrella e Rodrigo Cunha/G1
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