Dorival Júnior no Corinthians: o clube onde só sobrevive quem entende o peso da Fiel Torcida

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Dorival Júnior é o novo técnico do Corinthians. E, mais do que assumir o comando de um time em crise, ele se vê diante de um desafio que vai além da tática ou da técnica: compreender o que significa ser Corinthians. Porque, como já se disse — e nunca é demais repetir — o Corinthians não é um time que tem uma torcida. O Corinthians é uma torcida que tem um time.

Todo técnico de renome, mais cedo ou mais tarde, precisa passar por esse batismo. E muitos fracassam. Não por falta de currículo, mas por não entenderem o que move esse clube. Quem ignora a força das arquibancadas, o peso das cobranças e a simbiose com o torcedor, costuma sucumbir rapidamente.

Dorival chega num momento conturbado, após sua passagem pela seleção brasileira, na qual deixou a desejar e demonstrou uma certa arrogância ao se colocar num patamar elevado demais para o que entregou. Foi tema de debate aqui na coluna, inclusive. Mas agora, esse passado recente fica em segundo plano. O que importa é o presente. E o presente exige reação.

O Corinthians precisa de alguém que reorganize a casa. E, às vezes, isso começa com algo tão simples quanto uma mudança de mentalidade. O exemplo mais recente vem do Fluminense: com Mano Menezes, o time era um desastre; antes dele, com Diniz, um caos emocional. Até que Renato Gaúcho chegou, trouxe conversa de vestiário, ambiente leve, clima de boleiro — e o time desabrochou em campo.

É o que se espera de Dorival. Que ele recupere o vestiário, traga confiança, reencontre um padrão e, sobretudo, compreenda o Corinthians em sua essência: um clube que pulsa ao ritmo de sua torcida. O fracasso na seleção não apaga o que ele já mostrou em outros clubes. Know-how ele tem. Agora é hora de colocar em prática e provar que pode, sim, dar conta de um dos postos mais exigentes do futebol brasileiro.

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