No próximo dia 25 de abril, durante o 35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica, em Salvador, quatro pesquisadoras serão premiadas na 1ª edição do Prêmio Dermatologia + Inclusiva, promovido pelo Grupo L’Oréal no Brasil. Cada vencedora receberá uma bolsa no valor de R$ 50 mil, em reconhecimento à relevância de seus estudos para o avanço de uma dermatologia mais diversa e representativa.
Os projetos premiados se destacaram por ampliar o conhecimento sobre cuidados específicos para peles negras, contribuindo para práticas clínicas mais inclusivas e baseadas em evidências. A iniciativa visa valorizar pesquisas que rompem com a ideia de universalidade no tratamento da pele e do cabelo, considerando as particularidades de cada fototipo.

Cristina Garcia, Diretora de Pesquisa Avançada de P&I para a América Latina. (Foto: Divulgação)
“Não podemos generalizar que todos os tipos de pele são iguais. Cada fototipo e curvatura de cabelo possuem características distintas. Por isso, estamos empenhados em aprofundar o conhecimento sobre pele e cabelo de pessoas negras e, dessa forma, contribuir para a inclusão dessa população por meio da dermatologia”, afirma Hanane Saidi, diretora geral da divisão L’Oréal Beleza Dermatológica no Brasil.
O júri da 1ª edição do Prêmio Dermatologia + Inclusiva será composto por especialistas renomados nas áreas de dermatologia e ciências da saúde. Entre os nomes confirmados estão a Dra. Francisca Regina, professora titular de Dermatologia da Universidade do Estado do Pará e especialista em dermatopatologia; Jaqueline Goes, biomédica e pesquisadora em biotecnologia e patologia humana; o Dr. Marco Rocha, dermatologista e professor da Universidade Federal de São Paulo, com PhD em acne adulta e hormônios; Patricia Maia Campos, farmacêutica e doutora pela USP, que coordena o Núcleo de Estudos Avançados em Tecnologia de Cosméticos; e o Dr. Sergio Schalka, dermatologista e pesquisador da USP, reconhecido como referência em fotoproteção.
Ciência inclusiva: A pesquisa da L’Oréal no Brasil no fomento das pesquisas nacionais
Com um investimento global de €1,2 bilhão em Pesquisa & Inovação (P&I) no último ano, o Grupo L’Oréal reforça sua aposta no Brasil como um dos principais centros de desenvolvimento tecnológico da empresa. Considerado um “laboratório a céu aberto” pela marca, o país abriga um dos sete hubs globais de P&I da L’Oréal, localizado na Ilha do Fundão, no Rio de Janeiro. A unidade concentra esforços na criação de soluções inovadoras voltadas às necessidades específicas do consumidor brasileiro, com ênfase em cuidados capilares e proteção solar.
Para compreender a diversidade da população, a empresa conduziu um estudo que revelou que o Brasil concentra 55 dos 66 tons de pele mapeados pela L’Oréal globalmente — dado que reforça a relevância do país para a pesquisa em beleza inclusiva. No que diz respeito aos cabelos, o cenário também é expressivo: a diversidade capilar brasileira abrange todos os 8 tipos de fios identificados pela marca em nível mundial. Esses dados fazem do Brasil uma referência para o desenvolvimento e a testagem de produtos adaptados às diferentes texturas, curvaturas e necessidades da população.
O conhecimento científico já permitiu à empresa desenvolver produtos muito assertivos para a diversidade da população brasileira – fórmulas leves de hidratação, toque seco, efeito de maquiagem e produtos desenvolvidos com inspiração na rotina das cacheadas e crespas são alguns dos resultados diretos dessa proximidade. Porém é necessário ainda mais ciência e conhecimento sobre pele e cabelos da população negra.
“Na L’Oréal, acreditamos que a ciência deve estar a serviço de todos para oferecer produtos e tecnologias que celebrem a beleza única de cada brasileiro na sua diversidade. Investimos na pesquisa e inovação em cuidados com a pele e cabelos para todos os fototipos e todos os tipos de cabelos para poder trazer as melhores respostas à necessidade de cada um”, explica Cristina Garcia, Diretora de Pesquisa Avançada de P&I para a América Latina.
Apesar de o Brasil ser um país com diversidade de pele e cabelo único, dados indicam que 44% dos dermatologistas brasileiros sentem-se pouco ou parcialmente preparados para diagnosticar e tratar adequadamente todos os tons e tipos. Para contribuir com a mudança desse cenário, o Grupo L’Oréal no Brasil, por meio da divisão de Beleza Dermatológica, criou o “Dermatologia + Inclusiva”.
O programa conta com os pilares fundamentais: projeção, para ampliar a discussão e a relevância da pauta através de uma comunidade de médicos referência; equidade, para aprofundar os conhecimentos e promover a excelência no atendimento ao paciente, em parceria com a Skin of Color Society (SOCS); e ciência, para fomentar o avanço de pesquisas sobre pele, couro cabeludo e fibra capilar de pessoas negras.
O objetivo é reconhecer e estimular pesquisas realizadas no Brasil que contribuam para o estudo e tratamento de questões dermatológicas em quatro áreas essenciais: fotoproteção e hiperpigmentação, acne e pele oleosa, barreira da pele, couro cabeludo e fibra capilar.
Perfis das premiadas em 2025
● Nadia Tavares El Kadi | RJ – Médica, pesquisadora e professora universitária, mestre em Medicina pela UERJ e doutoranda na UFF. Sua pesquisa foca em alopecias cicatriciais, especialmente em mulheres negras. Autora de artigos e capítulos de livros, foi premiada como jovem pesquisadora internacional no 13º Congresso Mundial de Pesquisa em Cabelo.
Pesquisa: Estudo Do Couro Cabeludo Negro E Das Hastes Capilares Em Mulheres Saudáveis Através Da Dermatoscopia. Padronização Do Método E Normas Para Parâmetros Mensuráveis.
● Luciana Mattos Barros Oliveira | BA – Doutora em Endocrinologia pela USP, com pós-doutorado em Endocrinologia Reprodutiva pela Universidade Harvard. Professora de Fisiologia na UFBA, coordena o Ambulatório Transexualizador do HUPES-UFBA e supervisiona a residência em Endocrinologia e Metabologia. Também integra o Comitê de Atenção à Saúde LGBT da Bahia.
Pesquisa: Uso De Dermocosmético Inovador No Tratamento De Acne Vulgar Em Homens Transgêneros Negros: Um Ensaio Clínico Duplo Cego.
● Sandra Eliza Fontes De Avila | SE – Professora no Instituto de Computação da UNICAMP desde 2017 e doutora em Ciência da Computação pela UFMG e Sorbonne Université. Suas pesquisas focam em Inteligência Artificial aplicada ao bem social, incluindo Aprendizado de Máquina, Visão Computacional e Processamento de Linguagem Natural, com ênfase em saúde e mídias sensíveis. Recebeu diversos prêmios, como o Google Latin America Research Awards e o Google Awards for Inclusion Research. Também foi reconhecida entre os 2% cientistas mais influentes do mundo (Stanford/PlosOne/Elsevier) e coorganiza o projeto Meninas Super Cientistas, incentivando mulheres em STEM.
Pesquisa: Peles Negras Importam: Modelos De Inteligência Artificial Para Análise De Lesões De Pele Negra.
● Ellen Maria Sampaio Xerfan | PA – Médica, dermatologista, doutora em Medicina Translacional pela UNIFESP, com pesquisa focada em vitiligo, sono e inflamação. Pós-doutoranda no Departamento de Psicobiologia da UNIFESP, estuda os impactos dos distúrbios do sono na pele e em doenças cutâneas. Membro titular da SBD, possui mais de 30 artigos publicados e atua ativamente em congressos nacionais e internacionais.
Pesquisa: Vitiligo Na Pele Negra: O Papel Da Vitamina D E Do Sono Como Coadjuvantes Na Proteção Da Pele E Na Indução À Repigmentação Cutânea Pela Fototerapia UVB.
“Acreditamos que a ciência tem o poder de promover a equidade. Ao investir em pesquisas que abordam as necessidades específicas de peles negras, o Prêmio Dermatologia + Inclusiva busca corrigir lacunas históricas e construir um futuro onde a saúde e a beleza sejam acessíveis a todos, independentemente do tom de pele”, encerra Eduarda Vieira, gerente de comunicação, sustentabilidade e diversidade do Grupo L’Oréal no Brasil.
O Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica
O 35º Congresso Brasileiro de Cirurgia Dermatológica (CBCD) acontece de 24 a 27 de abril de 2025, no Centro de Convenções de Salvador, localizado na Av. Octávio Mangabeira, 5.490, Boca do Rio, Salvador, Bahia. O evento reunirá especialistas renomados para discutir inovações e técnicas na área, tendo como tema central “Pele étnica e cirurgia dermatológica”. A programação inclui cursos práticos e teóricos, workshops e simpósios, proporcionando oportunidades de aprendizado e um espaço ideal para a trocas de experiências entre os profissionais da área.