Entre tapas e beijos: clássico “O Cravo e a Rosa” estreia nos palcos de Brasília

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Brasília recebe, neste fim de semana, a adaptação de uma das novelas mais marcantes da teledramaturgia brasileira: O Cravo e a Rosa. A montagem teatral tem direção de Pedro Vasconcelos e produção de Marcelo Faria, que também atua ao lado de Paloma Bernardi nos papéis principais, dando vida a Catarina e Petruchio. Após temporada carioca, a peça chega à capital com apresentações neste fim de semana, no Teatro Unip.

A trama, bem conhecida dos noveleiros de plantão, é ambientada na São Paulo do fim dos anos 1920 e acompanha o relacionamento turbulento entre Petruchio, um fazendeiro rude e endividado, e Catarina, uma jovem rica, feminista e de temperamento forte. Em meio a uma narrativa hilária e emocionante, ele precisa conquistar a moça para receber seu dote e quitar as dívidas — mas, entre tapas e beijos, os dois acabam se apaixonando perdidamente.

O texto original é assinado por Walcyr Carrasco e inspirado no clássico shakespeariano A Megera Domada, uma das obras mais icônicas do dramaturgo inglês. Para o diretor Pedro Vasconcelos, a proposta foi resgatar o núcleo central da história para adaptá-la ao palco. “Voltei à essência da trama — Petruchio e sua fazenda, Catarina e seus familiares. Foquei nesses núcleos principais para extrair a base da comédia romântica, acentuando os contrastes que marcam essa relação”, explica.

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Foto: Divulgação/Antônio Filho

Pedro destaca que a leveza da obra não exclui momentos de profundidade. “É uma história divertida, mas que também fala sobre os desafios dos relacionamentos. Estou muito feliz por reunir, nesse projeto, duas das minhas grandes paixões profissionais: a novela e o teatro.”

Marcelo Faria, que vive Petruchio, descreve o personagem como um mergulho intenso em comédia, paixão e embates emocionais. “É um desafio prazeroso para nós, atores. Requer domínio de linguagem corporal, ritmo cômico, química em cena e a capacidade de transitar entre o exagero da comédia e momentos mais sensíveis de transformação”, afirma.

Segundo ele, Petruchio é um personagem ousado, cheio de artimanhas, movido por orgulho e pelo desejo de domar — ou talvez compreender — uma mulher tão à frente de seu tempo. “No palco, é alguém que exige carisma, uma boa dose de ironia e entrega cômica para que o público possa rir, mesmo diante de atitudes controversas.”

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Foto: Divulgação/Antônio Filho

Além de atuar, Marcelo também assina a produção da peça e reforça que o brilho da história está na relação entre os protagonistas. “Dar vida a esse casal é encenar uma dança de opostos que se atraem, se enfrentam e, aos poucos, se revelam. É nos embates verbais, nos gestos exagerados e na tensão cômica que a profundidade emerge”, reflete.

Ele observa que a versão televisiva de O Cravo e a Rosa oferece uma leitura leve e bem-humorada da obra de Shakespeare, o que inspira uma abordagem cênica mais popular e acessível. “No teatro, podemos brincar com os arquétipos, usar uma linguagem corporal mais solta e até lançar mão de recursos como a quebra da quarta parede — algo que o próprio Shakespeare adorava”, conclui.

Ao lado de Marcelo e Paloma, o elenco traz ainda nomes como João Camargo (Batista), Catarina de Carvalho (Bianca), Rosana Dias (Mimosa), Marcello Gonçalves (Seu Calixto), Carlos Félix (Seu Etevaldo Praxedes, o cobrador) e John Garita (Seu Venceslau Torres).

Serviço:
O Cravo e a Rosa
Endereço: Teatro UNIP – SGAS 913 – Asa Sul, Brasília – DF, 70297-400
Temporada: dias 25, 26 e 27 de abril — sexta e sábado, às 20h; domingo, às 19h.
Ingressos

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