NICOLA PAMPLONA
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
A Vale registrou lucro de R$ 8,6 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em dólares, moeda em que a Vale costuma divulgar os balanços, o resultado foi uma queda de 13% em relação ao primeiro trimestre de 2024, para US$ 1,4 bilhão.
O desempenho reflete a redução do preço do minério de ferro, principal produto da companhia, parcialmente compensado pela valorização do real frente ao dólar no período, o que explica a diferença de resultados entre as duas moedas.
No relatório sobre o trimestre, o presidente da Vale, Gustavo Pimenta, diz que o desempenho foi consistente e alinhado com os objetivos da companhia para o ano.
“O atual ambiente macroeconômico e de volatilidade do mercado reforçam a importância da nossa estratégia Vale 2030, na qual estamos construindo uma empresa ainda mais competitiva, capaz de prosperar em qualquer condição de mercado”, escreveu o executivo.
A produção de minério de ferro da companhia caiu 4,5% em relação ao primeiro trimestre de 2024, para 67,6 milhões de toneladas. O resultado foi provocado por atraso em licenças, fortes chuvas no Pará e paradas para manutenção em Minas Gerais.
As vendas, por outro lado, cresceram 3,6% no período, para 66,1 milhões de toneladas, com o uso de estoques formados em trimestres anteriores para compensar restrições de embarque em minas da região Norte devido a chuvas.
O preço do minério de ferro vendido no trimestre, porém, caiu 9,8%, para US$ 90,8 por tonelada, impactando a receita da mineradora.
A companhia teve bom desempenho em suas operações de níquel, com alta de 11,1% na produção e de 17,5% nas vendas. As operações de cobre também tiveram crescimento de produção e vendas, de 11% e 6,6%, respectivamente.
No primeiro trimestre, a Vale investiu US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 7 bilhões), queda de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, já em linha com suas novas projeções de investimentos anunciadas no fim de 2024, que reduziu o orçamento de 2025 de R$ 37,5 bilhões para R$ 33,6 bilhões.
Concentrado no segmento de minerais da transição, o corte foi anunciado dias depois de evento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para celebrar projetos de expansão, em um primeiro movimento de reaproximação entre a empresa e o governo após a posse de Pimenta.
Após anunciar um pacote de investimentos de R$ 70 bilhões ao lado do presidente da República, Pimenta afirmou que a agenda da Vale tem convergências com a do governo e que a empresa ainda tem muitas oportunidades de investimento no país.