MARIANA ZYLBERKAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
Servidores da Câmara Municipal de São Paulo e do Tribunal de Contas do Município (TCM) tiveram reajuste salarial de 5,06% para 2025, acima dos 2,6% de aumento aos servidores municipais, aprovado pelos vereadores nesta quarta-feira (23). A inflação em 2024 foi de 4,83%.
Para o mesmo período, os benefícios para os servidores da corte de Contas tiveram aumento de 9,41%: o auxílio-refeição foi para R$ 93 ao dia e o vale-alimentação, R$ 2.034 ao mês.
Na Câmara, ainda não há definição sobre o reajuste dos mesmo benefícios para 2025, que estão fixados, atualmente, em R$ 85 ao dia de vale-refeição e R$ 1.859 ao mês de auxílio-alimentação. O reajuste salarial de 5,06% foi aprovado em votação na última terça-feira (15).
O atual valor do vale-alimentação para os servidores da Câmara foi aprovado em novembro do ano passado, quando os parlamentares passaram a recebê-lo, já que, até então, o benefício era restrito a servidores contratados em regime CLT, comissionados e concursados.
Em relação ao reajuste dos servidores municipais, o projeto de lei do prefeito Ricardo Nunes (MDB) prevê novo aumento de 2,55% a partir de maio de 2026, para compor aumento acumulado de 5,2% parcelado em duas vezes. O texto irá passar por segunda votação na próxima terça-feira (29) e, caso aprovado, seguirá para sanção do Executivo.
Em nota, a gestão Nunes informou que a proposta considera o índice IPC-FIPE acumulado entre março de 2024 e março de 2025, de 5,16%. Caso aprovado, o reajuste terá impacto de R$ 1,2 bilhão nos cofres públicos.
Procurado, o TCM informou que “adotou os mesmos critérios que foram aplicados aos funcionários do Poder Legislativo”. A Câmara também foi procurada e informou que “o Projeto de Lei da Mesa que foi aprovado em plenário tratou apenas de correção salarial pela inflação”, e que o percentual de 5,06% não incide sobre os benefícios de alimentação.
percentuais de reajustes referentes a 2025
Nesta quarta, enquanto os vereadores debatiam o projeto de lei em sessão plenária, servidores se reuniram em frente à Câmara Municipal em protesto. Os sindicatos das categorias pediam aumento de 12,9%.
Professores e servidores da prefeitura paralisaram as atividades na última quarta-feira (16), em protesto contra a proposta de reajuste salarial apresentada por Nunes à Câmara Municipal. Sindicatos dos professores decidiram manter a greve em assembleia nesta terça-feira (22) por tempo indeterminado.
Essa foi a segunda greve do funcionalismo municipal do ano. Nunes chegou a dizer que puniria os servidores que parassem, sobretudo os professores. “A gente não vai permitir que essas pessoas utilizem de ações políticas partidárias para conturbar o processo pedagógico. Estamos monitorando para fazer a punição daqueles que utilizarem desse tipo de recurso contra a educação, contra as crianças”, disse.