INSS suspende todos os repasses a entidades e associações após operação sobre fraudes; descontos de maio serão ressarcidos

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, anunciou nesta quinta-feira (24) que o governo vai suspender todos os repasses mensais ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Os valores que já tiverem sido descontados nos contracheques de maio, segundo Carvalho, não serão enviados às entidades – e serão ressarcidos em parcelas futuras.
Até a última atualização do texto, o governo ainda não tinha informado se, e como vai ressarcir parcelas anteriores descontadas indevidamente. As fraudes podem alcançar R$ 6,3 bilhões.
O ministro da CGU disse ainda que as investigações da operação deflagrada na quarta (23) apuram descontos nas aposentadorias de 6 milhões de brasileiros.
O número se refere ao total de aposentados e pensionistas que enviam alguma parcela mensal de seus vencimentos para entidades associativas.
O governo ainda não sabe quantos desses 6 milhões foram vítimas de fraude – ou seja, quantos não autorizaram os descontos.
“A grande investigação que se faz é saber exatamente por que esses aposentados, ou uma parte grande desses aposentados tinham esse desconto sem ter autorizado. O principal objetivo é proteger os aposentados brasileiros e garantir que sua aposentadoria seja recebida em sua inteireza, sem descontos indevidos”, disse.
O país tem 40 milhões de aposentadorias e pensões em vigor. Ou seja: 15% dos aposentados e pensionistas têm, hoje, algum tipo de desconto para abastecer essas entidades.
A entrevista acontece um dia após uma operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) sobre irregularidades no INSS levar à queda do presidente do órgão, Alessandro Stefanutto.
Segundo as investigações, pelo menos 11 entidades associativas são suspeitas de realizar descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas.
A operação, que ocorreu em diversos estados, resultou em mandados de busca e apreensão, além de prisões preventivas.​
Segundo as investigações, os desvios ocorreram entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões, conforme as estimativas.
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