A delegada Verlânia Silva de Assis, responsável pela Delegacia de Defesa da Mulher em Roraima, participou do programa Quem é Quem nesta quarta-feira (23) para discutir os desafios no enfrentamento à violência contra as mulheres. Durante a entrevista, ela destacou a estrutura da Casa da Mulher Brasileira, que oferece atendimento integrado com assistência psicossocial, jurídica e medidas protetivas. A delegada ressaltou que, apesar do aumento nas denúncias, ainda há subnotificação de casos, e reforçou a necessidade de uma mudança cultural que comece dentro das famílias.
Verlânia explicou que os crimes mais comuns registrados na delegacia são ameaças, injúrias e lesões corporais, mas também há casos graves de violência sexual e feminicídio. Ela enfatizou que a violência não escolhe classe social, atingindo desde mulheres economicamente dependentes até aquelas em posições de poder. “A mulher ainda não ocupa o espaço que merece na sociedade, e isso reflete na violência que ela sofre”, afirmou. A delegada também abordou a importância de validar o relato das vítimas, especialmente em crimes como estupro, onde muitas vezes não há testemunhas.
Um dos pontos centrais da entrevista foi a discussão sobre a responsabilidade compartilhada no combate à violência. Verlânia defendeu que homens e mulheres precisam ser educados desde cedo para romper com estereótipos de gênero. “Enquanto meninas forem criadas para servir e meninos para serem servidos, reproduziremos a violência”, disse. Ela também criticou a cultura que normaliza comportamentos abusivos em relacionamentos, como o controle sobre roupas e amizades, alertando que esses são sinais de uma relação tóxica.
Ao final, a delegada fez um apelo para que a sociedade não se omita diante da violência. “Denuncie pelo Disque 180 ou 100, apoie mulheres em situação de risco e não compactue com a agressão”, concluiu. A entrevista reforçou a mensagem de que, embora Roraima tenha avançado com políticas públicas como a Casa da Mulher Brasileira, a transformação real depende de uma mudança coletiva de mentalidade.
Confira a entrevista completa
O post “Homens precisam ser educados para não agredir, e mulheres para não aceitar violência”, diz delegada apareceu primeiro em Folha BV.
