Roraima registra queda de 43% no número de conflitos no campo em 2024, aponta relatório


Estado teve 34 registros de conflitos ligados à terra, água e ao trabalho escravo rural. Queda acompanha tendência nacional, que teve redução de quase 3% na comparação com 2023. Roraima teve redução de mais de 40% no número de conflitos no campo em 2024.
Agência Brasil/Arquivo
O número de conflitos no campo em Roraima teve queda de 43% em 2024, em comparação ao ano anterior, segundo um relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), divulgado nessa quarta-feira (23). Os dados incluem disputas por terra, água e ligadas ao trabalho escravo rural.
O relatório indica que no ano passado foram registradas 34 ocorrências de conflitos. No ano anterior, foram 60 — são 26 casos a menos.
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Os conflitos envolveram 163.469 pessoas, moradoras de 11 dos 15 municípios do estado. A maior parte deles ocorreu por causa de disputas de terra, que podem incluir a ocupação delas e a violência por posse: foram 18.
Destes, onze ocorreram em terras indígenas, como a Terra Yanomami que é alvo de garimpeiros ilegais há décadas, a São Marcos e a Raposa Serra do Sol.
Os outros motivos de conflitos foram a disputa por água, que teve 14 denúncias, e o trabalho escravo rural, com dois casos. Estes conflitos ocorreram em fazendas, comunidades de pescadores e ribeirinhos e em terras indígenas.
Com relação à violência contra a pessoa, o estado não apresentou nenhum caso de assassinato, tentativa ou ameaça de morte no estudo no ano passado. Em 2023, foram registrados quatro assassinatos e 13 tentativas deste crime no estado. À época, os indígenas foram as únicas vítimas fatais.
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A queda registrada em Roraima acompanha os números nacionais. Em todo o Brasil, o número de conflitos no campo caiu quase 3% na comparação com o ano de 2023, quando o país bateu um recorde de ocorrências.
Apesar da queda, esse ainda é o segundo maior número da série histórica, que teve início em 1985. Por outro lado, os assassinatos diminuíram em 58% na comparação com 2023, com 13 vítimas em todo o país.
➡️ O estudo também indicou que o país teve o maior registro de contaminação por agrotóxicos na década, com 276 casos. O número representa um aumento de 762% em relação ao ano anterior, quando foram 32 casos.
A Comissão Pastoral da Terra, ligada à Igreja Católica, organiza publicações anuais sobre conflitos no campo desde 1985. São registrados os casos entendidos como ações de resistência e enfrentamento que acontecem em diferentes contextos sociais. As disputas envolvem, por exemplo, luta por terra, água, direitos e pelos meios de trabalho ou produção.
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