O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira, 23, que ainda não teve a oportunidade de “sentar” com o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) para tratar de alternativas de compensação fiscal dentro do projeto que mexe nas regras do Imposto de Renda. O chefe da equipe econômica afirmou, por sua vez, que não faltará apoio técnico ao relator, que é ex-presidente da Câmara, sobre a proposta.
No evento CNN Talks, promovido pela CNN Brasil, ele foi questionado sobre opções que já começam a ser tratadas na Câmara para compensar a ampliação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.
“Eu não tive oportunidade de sentar com o relator para conversar sobre isso, e sei das dúvidas que ele tem. O que posso publicamente dizer é que não faltará apoio técnico para ele formar o melhor juízo possível”, disse Haddad.
O ministro respondeu que nenhuma alternativa foi, até o momento, apresentada. Ele defendeu que a reforma da renda corrige uma injustiça “flagrante” e que ninguém antes quis “botar o dedo” neste problema.
Na avaliação do chefe da equipe econômica, o impacto micro e macroeconômico da reforma é benéfico para economia brasileira no curto e longo prazo.
Ele também pontuou que, pela Lei de Responsabilidade Fiscal, o governo é obrigado a compensar a renúncia gerada pelo aumento da faixa de isenção do IR.
“Pode ser por qualquer gasto tributário, mas optamos por esse. Para esse projeto, escolhemos 141 mil brasileiros com renda de mais de milhão, milionários, que hoje não pagam impostos”, disse o ministro, para quem a alíquota de 10% que será cobrada é “muito baixa” para padrões internacionais.