Dom Ilson de Jesus Montanari não vota, mas participa diretamente da escolha de novo pontífice por ser secretário do Dicastério para os Bispos. g1 explica importância do cargo. Dom Ilson de Jesus Montanari, de Sertãozinho (SP), no canto inferior à esquerda da foto
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O vice-camerlengo Dom Ilson de Jesus Montanari, de 65 anos, terá uma função ativa no Conclave que vai escolher o novo papa da Igreja Católica nos próximos dias.
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É que, além de ser o segundo na hierarquia dos funcionários diretos do Sumo Pontífice no Vaticano, o arcebispo, que é natural de Sertãozinho (SP), também ocupa os cargos de secretário do Colégio dos Cardeais e secretário do Dicastério para os bispos. Este último, o coloca diretamente no processo.
“O secretário do Dicastério para os Bispos e o cerimoniário são os dois únicos não cardeais que entram na Capela Sistina para acompanhar o Conclave. Eles não votam, mas é o secretário do Dicastério que faz as atas dos escrutínios, das eleições, de quantos votos, quem ganhou, a quem foram atribuídos tais votos”, explica o padre Gilberto Kasper.
A responsabilidade de Dom Ilson ainda vai além, segundo o pároco. Os dois se conheceram quando o vice-camerlengo ainda celebrava missas na região de Ribeirão Preto.
“Ele [o secretário do Dicastério] faz também a ata final da eleição do papa, então é um serviço de muita confiança e de muita seriedade. É por isso que Dom Ilson vai entrar na Capela Sistina como secretário do Dicastério”.
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O papa Francisco morreu na segunda-feira (21), aos 88 anos, em decorrência de uma insuficiência cardíaca e um acidente vascular cerebral. No mesmo dia, a Igreja Católica entrou em “Sé vacante” — que é quando os católicos ficam sem papa –, e já deu início aos preparativos para o funeral e a eleição.
Nesta terça-feira (22), o Vaticano divulgou as primeiras imagens do papa Francisco no caixão e é possível notar Dom Ilson entre os presentes. As fotos foram feitas na capela da Casa de Santa Marta, onde viveu o pontífice.
Dom Ilson de Jesus Montanari, de Sertãozinho (SP), é o segundo na hierarquia dos camerlengos no Vaticano
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Chance de se tornar cardeal
Segundo o padre Gilberto Kasper, ainda é possível que Dom Ilson se torne cardeal, nomeado pelo novo papa, que deve ser eleito em maio.
Isso porque, segundo a tradição, o secretário do Dicastério para os Bispos é cardeado tão logo o Sumo Pontífice convoque a primeira reunião, chamada de primeiro consistório.
“Quando o papa Francisco foi eleito, na saída da Capela Sistina, pegou o solidéu vermelho de cardeal e colocou na cabeça de Dom Lorenzo Baldisseri [então secretário do Conclave] e disse ‘agora este é seu’. Existe uma tradição de Pio XII [eleito papa em 1939] pra cá de que o secretário para o Dicastério dos Bispos, no primeiro consistório que o papa convoca para nomear cardeais, seja cardeado”.
Se o novo papa eleito seguir a tradição, Dom Ilson pode ser cardeal.
“Nós teremos, quem sabe, um cardeal nascido em Sertãozinho, nascido em nosso clero arquidiocesano de Ribeirão Preto, e isso, pra nós, é uma honra”.
Dom Ilson de Jesus Montanari, de Sertãozinho (SP)
Arquivo pessoal
Dom Ilson de Jesus Montanari tem 65 anos e foi ordenado vice-camerlengo em 2020, pelo papa Francisco.
Ele estudou direito, economia e filosofia na Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp) e em 1982 fez curso de filosofia enquanto trabalhava como bancário. Em seguida, viajou para Roma, onde cursou teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.
Em 1989, voltou ao Brasil e foi ordenado padre no dia 18 de agosto. Por anos, foi o responsável pela Paróquia de São João Batista, em Sertãozinho, e é lembrado com carinho por todos os fieis.
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