PAULO VIEIRA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O Sesc São Paulo deve inaugurar, neste ano, um centro de diagnóstico odontológico por imagem, além de passar a imprimir próteses dentárias em 3D em laboratórios próprios, para suprir a crescente demanda.
O centro de diagnóstico terá dois tomógrafos, dois aparelhos de raio-X extrabucais e três aparelhos de raio-X intrabucais, além de um scanner intrabucal. A promessa é ter análises com precisão e qualidade comparáveis aos dos “mais renomados centros de diagnóstico odontológico do mercado”, segundo o diretor do Sesc-SP, o sociólogo Luiz Galina.
O valor empenhado em todo o upgrade de odontologia, que também inclui duas novas unidades móveis para os Sesc Casa Verde e Mogi das Cruzes, é de R$ 9,3 milhões.
Segundo Galina, o aprimoramento é necessário para dar conta da demanda crescente, justificada pelos valores cobrados pela entidade.
Para quem ganha até dois salários mínimos e tem quatro dependentes, uma limpeza (raspagem) dentária custa R$ 9; a prótese total (dentadura) de arcada superior, R$ 84; para quem ganha mais de dez salários mínimos e não tem dependentes, esses serviços custam R$ 65,70 e R$ 408,80, respectivamente. Todos os valores aumentarão em 1º de maio.
Em 2024, foram atendidos no serviço odontológico da entidade 49.912 pacientes em 857.811 consultas. No ano anterior, 45.936 pessoas em 833.322 consultas. Para este ano, espera-se um crescimento de 6% nos atendimentos.
Para dar conta da demanda, no segundo semestre está prevista a chegada de 84 novos profissionais, entre dentistas, radiologistas e técnicos diversos. A entidade tem hoje com 350 dentistas e 184 auxiliares odontológicos e de saúde bucal.
Os tratamentos são oferecidos a uma comunidade que soma 2,8 milhões de trabalhadores dos setores do comércio, de serviços e do turismo e seus dependentes. Eles possuem a chamada credencial plena, pré-requisito para o atendimento.
Para ilustrar a expertise do Sesc-SP em odontologia, Galina gosta de contar uma história pessoal. Diz que deixou de frequentar o consultório de um amigo dentista porque ele não tinha os protocolos de higiene que ele vê no Sesc. “Ele não gostava de usar luvas e uma vez atendeu ao telefone no meio da consulta. No Sesc parece que o dentista está com um escafandro, mal se enxerga o rosto dele.”
Ainda segundo o sociólogo, as clínicas do Sesc Santo Amaro e a unidade móvel do Sesc Itaquera ganharam o selo da acreditadora ONA (Organização Nacional de Acreditação), que reconhece gestão de qualidade e segurança em saúde.
Embora ligado à gênese da instituição, o atendimento de saúde acabou um tanto eclipsado pelas atrações culturais oferecidas pelo Sesc-SP. Por isso, Galina pretende usar três andares da futura unidade Galeria, no antigo prédio do Mappin, na praça Ramos de Azevedo, no centro de São Paulo, para chamar atenção para outras atividades da instituição.
“Vamos mostrar o que o Sesc faz. Porque tem gente que vem ao teatro e não sabe que o Sesc tem odontologia. Tem gente que vem à odontologia e não sabe que tem teatro. Não sabe que a gente foi pioneiro no trabalho social com idoso”, diz.
ATIVIDADES FÍSICAS PARA DIVERSOS PÚBLICOS
Nas atividades físicas, o Sesc tem, entre as diversas atrações, algumas pouco conhecidas. É o caso do circuito de corridas, com provas de distâncias variadas no entorno de algumas unidades. O valor da inscrição, mesmo para o usuário comum, sem credencial, custa pelo menos cinco vezes menos, em média, do que o preço padrão do mercado.
Outro destaque é a ginástica multifuncional, com aulas de step e de spinning, com as mesmas bicicletas fixas que se veem em academias especializadas. Há ainda aulões coletivos conduzidos por educadores físicos e treinos personalizados prescritos por aplicativo.
Embora os detentores de credenciais tenham preferência, vagas remanescentes são oferecidas ao público em geral. A mensalidade sai por R$ 108 (até seis dias por semana) e metade disso para a turma para pessoas de 60 anos ou mais. Nas unidades de Itaquera, Interlagos, Osasco e Campo Limpo, os valores são menores.