As empresas brasileiras terão que fazer a inclusão da avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), a partir do próximo mês de maio, exigência resultante da atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em agosto de 2024. A alteração destaca que riscos psicossociais, como estresse, assédio e carga mental excessiva, devem ser identificados e gerenciados pelos empregadores como parte das medidas de proteção à saúde de seus colaboradores.

Para Thiago, saúde mental no trabalho é a dimensão do bem-estar psicológico que está relacionada às condições e ao ambiente laboral
Para o treinador corporativo e CEO da LPX Treinamentos, Thiago Antônio, a saúde mental no trabalho é um tema de tamanha importância e relevância na sociedade contemporânea, especialmente, por estar ligado diretamente aos índices de produtividade de uma empresa e ao bem-estar dos colaboradores. Ele lembra importantes registros divulgados pelo psicólogo e jornalista científico, Daniel Goleman, autor do best seller “Emotional Intelligence,”, que afirma que a cada 1% de melhora no clima organizacional, cresce 2% no faturamento, ou seja, tem benefícios econômicos e, ainda, que 87% dos líderes fracassam por falta de inteligência emocional e, apenas, 13% por falta de competência técnica
“Saúde mental no trabalho é a dimensão do bem-estar psicológico que está relacionada às condições e ao ambiente laboral. É importante a atenção e cuidados à prevenção de transtornos mentais, o manejo do estresse ocupacional e o incentivo de uma cultura organizacional que valorize e mantenha suporte à saúde mental dos colaboradores”, destaca o especialista em treinamentos Thiago Antônio

Para Thiago Antônio, a importância da saúde mental no trabalho se encontra além da prevenção de transtornos psicológicos
De acordo com a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023, o Brasil registrou 4,5 milhões de estabelecimentos com empregados. Dentre eles, os estabelecimentos com 1 a 4 funcionários representaram a maior parcela, totalizando 2,5 milhões de unidades, o que equivale a 56,93% do total. Esse segmento cresceu em 66,4 mil estabelecimentos em relação a 2022, um aumento de 2,6%.
Os chamados riscos psicossociais estão relacionados à organização do trabalho e às interações interpessoais no ambiente laboral. Neles estão incluídos fatores como metas excessivas, jornadas extensas, ausência de suporte, assédio moral, conflitos interpessoais e a falta de autonomia no trabalho. Os fatores podem gerar estresse, ansiedade, depressão e outros problemas de saúde mental nos trabalhadores.
Para Thiago Antônio, a importância da saúde mental no trabalho se encontra além da prevenção de transtornos psicológicos, pois contribui como um importante pilar para ambientes laborais produtivos, inovadores e sustentáveis. “Empresas que dão prioridade à saúde mental não apenas cultivam espaços de trabalho mais saudável e inclusivo, como também se beneficiam de vantagens competitivas significativas. Um ambiente de trabalho que valoriza a saúde mental e emocional reduz as faltas e a rotatividade de seus colaboradores, diminuindo os custos relacionados à contratação e treinamento de novos funcionários, assim como custos indiretos associados à perda de produtividade”, reflete o especialista.
“A constante evolução do mercado de trabalho com novas tecnologias e modelos de negócios que emergem rapidamente, contribuem para o aumento do estresse e da ansiedade entre os trabalhadores. As empresas devem estar atentas às mudanças no ambiente de trabalho e prover recursos que ajudem os colaboradores com a adaptação. É importante, a medição do impacto das iniciativas de saúde mental e seus ajustes representam um desafio contínuo”, finaliza o treinador corporativo.
Fiscalização as mudanças
De acordo com informações divulgadas no site do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a fiscalização à atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1) será realizada de forma planejada e por meio de denúncias encaminhadas ao MTE. Setores com alta incidência de adoecimento mental, como teleatendimento, bancos e estabelecimentos de saúde, serão prioritários dentro deste processo. Durante as inspeções, os auditores-fiscais verificarão aspectos relacionados à organização do trabalho e buscarão dados de afastamentos por doenças, como ansiedade e depressão, entrevistando trabalhadores e analisando documentos para identificar possíveis situações de risco psicossocial.
A normativa não obriga a contratação de psicólogos ou outros profissionais especializados como funcionários fixos. No entanto, empresas podem contratar especialistas como consultores para auxiliar na identificação e avaliação de riscos psicossociais, especialmente em casos mais complexos.
Sobre Thiago Antônio
Com formação em Farmácia, pelo Centro Universitário do Espírito Santo (UNESC), é especialista em Farmacologia Clínica, pela Universidade de Santa Teresa, ambas instituições localizadas no estado do Espírito Santo. No campo da Saúde. Após 12 anos de atuação na área da saúde, teve conhecimento ao universo do desenvolvimento humano que o levou a uma chamada “virada de chave”, no campo profissional.
Fundou o Instituto Líder e, após um ano e meio de transição entre a área da Farmácia e o desenvolvimento humano, começou a atuar como palestrante e treinador comportamental, somando mais de cinco mil horas de mentoria individual e treinamentos para diversas empresas. Posteriormente inaugurou em Uberlândia, Minas Gerais, uma unidade da Febracis Escola de Negócios.
Atualmente comanda a LPX Treinamentos, com atendimento a empresas, como PTZ Advogados, Mercedes Caminhões, Junco Alimentos, OAB Uberlândia, Rede Droga Líder, New Professional Cosméticos, entre outras.