Temores sobre demanda e diálogos com o Irã derrubaram preços do petróleo

Os preços do petróleo fecharam em forte queda, nesta segunda-feira (21), diante da perspectiva de uma demanda mundial menor devido à guerra comercial, mas também aos diálogos em curso entre Estados Unidos e Irã.

O preço do barril do tipo Brent para entrega em junho caiu 2,50%, para 66,26 dólares.

Seu equivalente americano, o West Texas Intermediate, com vencimento em maio, recolheu 2,47%, para 63,08 dólares.

Os operadores “seguem preocupados com a destruição da demanda resultante de uma desaceleração da economia americana, que se propagava para a economia mundial”, comentou à AFP o analista Robert Yawger, da Mizuho USA, citando vários relatórios recentes.

A Opep revisou levemente para baixo sua previsão de crescimento da demanda de petróleo para 2025, principalmente devido às tarifas alfandegárias dos Estados Unidos, segundo o seu relatório mensal, publicado na segunda-feira passada.

O bloco antecipou, no entanto, que a demanda do petróleo no mundo aumentou em 1,3 milhão de bairros por dia (mb/d) em média este ano, contra 1,4 mb/d previstos em março, para um total de 105,05 mb/d.

A Agência Internacional de Energia (AIE) também revisou para baixo o aumento da demanda mundial de petróleo no ano devido ao aumento dos gastos comerciais vinculados às tarifas, que impactam as perspectivas econômicas, segundo anunciado na semana passada.

As relações entre o Irã e os Estados Unidos parecem se distender após uma rodada de diálogos sobre o programa nuclear iraniano no sábado. Ambas as partes preveem se reunir esta semana e Washington contém “progressos” nos diálogos.

“As negociações avançam”, afirmou o chefe da diplomacia iraniana, Abbas Arghchi, depois da segunda rodada de diálogos com mediação de Omã.

“O tema iraniano parece se desenvolver bem, contrariando todo o prognóstico”, comentou Yawger.

No entanto, isso ameaça “aumentar o número de bairros” num mercado que, para muitos, já é excedente.

“Também eliminaria grande parte do prêmio de risco geopolítico porque os israelenses ou os americanos não iriam atacar [as infraestruturas iranianas] se conseguirem algum tipo de acordo”, concluiu Yawger.

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