Lula elogia a ‘coragem e empatia’ do papa Francisco às mudanças climáticas

AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou, nesta segunda-feira (21), a morte do papa Francisco, de quem destacou a “coragem e empatia” por promover a questão climática no Vaticano, e decretou sete dias de luto.

“Com sua simplicidade, coragem e empatia, Francisco trouxe ao Vaticano o tema das mudanças climáticas”, afirmou Lula. O Brasil recebe este ano, em Belém do Pará, a reunião do clima COP30.

Lula também elogiou as críticas do pontífice argentino aos “modelos econômicos que levaram a humanidade a produzir tantas injustiças”. Disse que Francisco “sempre se colocou ao lado daqueles que mais precisam: os pobres, os refugiados, os jovens, os idosos e as vítimas das guerras e de todas as formas de preconceito”.

Francisco, líder da Igreja Católica desde 2013, morreu nesta segunda-feira aos 88 anos.

“A humanidade perde hoje uma voz de respeito e acolhimento ao próximo”, destacou em um comunicado Lula, que decretou sete dias de luto em memória do pontífice latino-americano que propagou “o amor, a tolerância e a solidariedade”.

O papa buscou “de forma incansável levar o amor onde existia o ódio. A união, onde havia a discórdia. E a compreensão de que somos todos iguais, vivendo em uma mesma casa, o nosso planeta, que precisa urgentemente dos nossos cuidados”, acrescentou o presidente do Brasil.

Por sua vez, a presidência da COP30, liderada pelo diplomata brasileiro André Corrêa do Lago, também saudou a “voz firme e inspirada” de Francisco “em defesa da justiça climática e da dignidade humana”.

“Que os ensinamentos do papa Francisco e sua liderança calorosa servem de exemplo em um momento-chave para acelerarmos a implementação do Acordo de Paris e de soluções climáticas”, destacou em um comunicado.

“Seu legado nos inspirará na COP 30 e na mobilização de um mutirão global para combater a mudança do clima sem deixar ninguém para trás”, acrescentou.

Francisco publicou em 2015 a primeira encíclica (‘Laudato si’) sobre a questão ambiental, que desencadeou um debate mundial, sem precedente para um texto religioso, incluindo comentários em revistas científicas.

Meses depois, os países participantes alcançaram o Acordo de Paris sobre o clima, cujo objetivo é manter o aumento da temperatura global abaixo de +2°C em comparação com o período pré-industrial.

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