
PEDRO UGARTE
O papa Francisco, que faleceu aos 88 anos nesta segunda-feira (21), viajou sete vezes à América Latina desde que foi eleito pontífice em 13 de março 2023, mas nunca visitou seu país natal, Argentina, enquanto ocupou o cargo.
– Brasil –
Foi sua primeira viagem, entre 22 e 29 de julho de 2013, para participar da XXVIII Jornada Mundial da Juventude (JMJ), evento realizado no Rio de Janeiro.
Em solo brasileiro, pontífice argentino ampliou sua popularidade, quebrou o protocolo em várias ocasiões para se aproximar dos fiéis e fez gestos simbólicos, como visitar uma favela, bem como dependentes químicos, presos e doentes. Ele também reiterou seu desejo de reformar a Igreja.
– Equador, Bolívia e Paraguai –
Francisco realizou uma visita de uma semana, de 5 a 12 de julho de 2015, ao Equador, Bolívia e Paraguai, onde se desculpou pelos crimes cometidos contra indígenas durante a colonização da América e fez um de seus principais discursos do pontificado.
Posicionando-se sobre os problemas sociais e econômicos enfrentados pelos excluídos, ele pediu que os três “T”: “Terra, teto e trabalho” fossem garantidos como um direito sagrado.
– Cuba e Estados Unidos –
A décima viagem do papa argentino ao exterior ocorreu entre 19 e 28 de setembro de 2015, quando foi a Cuba e aos Estados Unidos, uma ocasião para construir pontes entre o país comunista e a superpotência capitalista.
Em Havana, ele se reuniu separadamente com os irmãos Raúl e Fidel Castro.
– México –
Em 12ª viagem internacional, para o México, entre 12 e 18 de fevereiro de 2016, o pontífice acrescentou uma escala de três horas no aeroporto José Martí, em Havana (Cuba), para um encontro histórico com o patriarca ortodoxo russo Kirill.
Durante as cerca de 120 horas que permaneceu no México, abordou temas espinhosos como a corrupção, a violência, a pobreza e a exclusão.
No voo de volta a Roma, ele rompeu com o politicamente correto e falou sobre as outras duas questões incômodas para os mexicanos: o abuso sexual de menores e o desaparecimento forçado dos 43 estudantes de Guerrero, cujos familiares ele não recebeu.
– Colômbia –
Em 2017, Francisco esteve na Colômbia de 6 a 11 de setembro para levar uma mensagem de reconciliação e paz após os históricos acordos entre o governo e a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O papa emocionou os colombianos quando presidiu um dos eventos mais comoventes e desoladores de seu pontificado diante de milhares de pessoas na cidade de Villavicencio, onde se uniu e ouviu testemunhos de vítimas e perpetradores do conflito armado que devastou o país por meio século.
– Chile e Peru –
De 15 a 21 de janeiro de 2018, Francisco realizou sua 22ª viagem internacional, desta vez para Peru e Chile, com objetivo de defender os povos originários.
Essa foi uma das viagens mais difíceis de seu pontificado, pois foi ofuscada por protestos e escândalos de abuso sexual de menores envolvendo padres.
Ele foi o primeiro papa a visitar o coração da Amazônia.
– Panamá –
Jorge Mario Bergoglio visitou o Panamá em janeiro de 2019 para participar da 34ª JMJ e mobilizar os jovens latino-americanos contra a pobreza, a violência e a crise migratória.
Apesar de ter visitado 11 países do continente americano ao longo de sete viagens, nunca retornou à sua terra natal como papa.