Polícia vai investigar quem financiou grupo que planejou transmitir ao vivo execução de homem em situação de rua no Rio


Segundo a polícia, crime seria realizado com coquetéis molotov, de forma semelhante ao que foi feito por integrantes de outra quadrilha em fevereiro. Bruce Vaz, de 24 anos, é apontado como chefe da quadrilha. Chefe do grupo de crimes de ódio se dizia ativista
A Polícia Civil afirmou que vai investigar quem fomenta financeiramente o grupo suspeito de planejar um ataque a um homem em situação de rua no Rio de Janeiro. Três pessoas foram presas e um menor de idade foi apreendido.
O crime, segundo as investigações, aconteceria na tarde desse domingo (20) e seria cometido por Kayke Sant Anna Franco (19 anos) e Caio Nicholas Augusto Coelho (18 anos).
“Eles recebiam em dinheiro, em pix. Os nomes dos financiadores foram mencionados e vamos buscar a identificação dessas pessoas”, afirmou a delegada Maria Luiza Machado, da 19a DP (Tijuca), que investigou o caso, durante coletiva de imprensa neste domingo (20).
Ao centro, Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do RJ
Henrique Coelho/g1 Rio
De acordo com a delegada, a execução seria feita com o uso de coquetéis molotov, um ataque semelhante ao que foi realizado em fevereiro, na Zona Norte do Rio. Um adolescente foi apreendido e um homem que filmou o ato e transmitiu para 120 pessoas no Discord foi preso.
Segundo as investigações, Kayke e Caio eram responsáveis pela página no Discord. Bruce Vaz, de 24 anos, é apontado como chefe da quadrilha:
“Ele é responsável por esse servidor. Ele tem a ciência de todos os eventos que acontecem. São eventos programados. Na Páscoa ele planejava a execução de um coelho. Todas as pessoas que entravam no grupo eram por intermédio dele”, afirmou a delegada.
Na casa de Bruce, que chegou a dissecar um gato vivo durante uma transmissão no Discord, a polícia encontrou a faca utilizada no crime e também a pele do animal.
“Se dizia ativista de proteção de animais da ONU e mediador de conflitos em países do Oriente Médio em guerra. Passava completamente despercebido de todos”, disse o secretário de Polícia Civil do RJ, delegado Felipe Curi.
“Ele adotava animais e fazia a dissecação desses animais ao vivo na plataforma Discord. Um verdadeiro psicopata”, acrescentou.
Um menor de idade que atuava como administrador do servidor foi apreendido em Nova Friburgo, na região serrana.
Trio é preso por suspeita de planejar ataque a homem em situação de rua
Operação Desfaçatez
A Operação Desfaçatez cumpriu mandados de prisão em Vicente de Carvalho, na Zona Norte, e em Bangu, na Zona Oeste.
Atuação da Polícia Civil do RJ, em parceria com o Ciberlab da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), do Ministério da Justiça, foi fundamental para impedir o crime a tempo.
Agentes identificaram a atividade de uma rede de jovens que utilizava a plataforma Discord para praticar e divulgar crimes como maus-tratos a animais, indução à automutilação, estupro virtual, racismo e incitação a diversas formas de violência.
De acordo com as investigações, o grupo promovia ainda ataques de ódio direcionados a negros, mulheres e adolescentes.
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