
Em vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira (16), o comandante do 9º Baep explica que imagens eram de uma cerimônia para valorizar o empenho de novos policiais que serão integrados à unidade. Comandante do Baep explica sobre vídeo em que policiais colocam fogo em cruz em Rio Preto
O comandante do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de São José do Rio Preto (SP) diz que vídeo em que agentes aparecem colocando fogo em cruz com o braço erguido na altura do ombro faz parte da cerimônia para novos policiais que serão integrados à unidade após concluir treinamento. O Ministério Público investiga a conduta dos PMs.
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O pronunciamento do tenente-coronel Costa Junior foi publicado no Instagram do Baep na tarde desta quarta-feira (16).
O comandante afirmou que esse ato é considerado rotineiro dentro da corporação, e o objetivo principal é valorizar o empenho e o esforço que os policiais dedicaram ao longo do período de estágio (assista acima). No linguajar policial, é uma entrega de braçais.
Segundo ele, o vídeo publicado nesta terça-feira (15), que mostra uma cruz em chamas, uma trilha com velas e um brasão de fogo no chão, no qual consta a palavra “Baep”, com pelo menos 14 policiais ao redor (confira abaixo), não tem nenhum cunho religioso, racial ou político.
“Devemos esclarecer que, em nenhum momento, tivemos a intenção de trazer uma cerimônia com cunho religioso, político, racial. Isso não faz parte da nossa rotina, nós não fazemos rituais,; nós cumprimos cerimônias, e esse foi o único propósito daquilo que aconteceu”, explica Costa Junior.
Vídeo de policiais militares queimando cruz em São José do Rio Preto (SP)
Ainda de acordo com o comandante, os elementos que faziam parte da cerimônia possuem uma simbologia dentro dos princípios da Polícia Militar.
“A estrutura em formato de cruz envolta em chamas simboliza a vitória sobre os sacrifícios e o peso que doravante o policial adquire para honrar esse Baep que conquistou. O caminho iluminado simboliza toda a trajetória difícil percorrida pelos policiais até chegarem à etapa do juramento e reafirmam, perante toda sociedade, até nos sacrifícios da própria vida, defendê-la a qualquer custo”, explica no vídeo.
O vídeo foi publicado nas redes sociais do Baep de São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / Rede Social
Após repercussão negativa na web, o vídeo da cerimônia foi apagado do Instagram do Baep na tarde de terça-feira, pouco tempo depois de ter sido publicado. Segundo o comandante, a medida foi tomada para evitar que houvesse algum tipo de confusão por parte dos internautas.
“Optamos em retirar devido a toda essa repercussão que não desejávamos, mas é importante trazer agora esse esclarecimento e deixar bem claro para o cidadão rio-pretense e de toda a nossa região que o Baep não se confunde. Isso não vai trazer qualquer confusão ou abalar o nosso compromisso em defesa da sociedade, em combater o crime e cumprir as leis”, explica.
Tenente-coronel Costa Junior, comandante do 9º Baep em São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / Rede Social
Ministério Público investiga conduta de PMs
Nesta quarta-feira, o Ministério Público (MP) confirmou ao g1 que vai investigar o caso. A promotoria da Justiça de Rio Preto deu prazo de dez dias ao comando do Baep local para que informe sobre as medidas adotadas em relação à publicação do vídeo.
Ainda segundo o MP, as ações estão sendo comparadas aos rituais da “Ku Klux Klan” na web. Internautas ainda relacionaram o ritual com um ato nazista. Outros classificaram como algo “desrespeitoso” e “fora dos padrões”.
O vídeo foi publicado nas redes sociais do Baep de São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / Rede Social
O que diz a Polícia Militar
A Polícia Militar, por sua vez, justificou que o vídeo mostra a cerimônia de encerramento de um treinamento noturno, com o intuito de representar simbolicamente a superação dos limites físicos e psicológicos enfrentados, mas que em nenhum momento houve intenção de associar a ideologias políticas, raciais ou religiosas.
Ainda assim, a corporação disse que vai investigar as circunstâncias da produção dos vídeos. A Polícia Militar ainda completou que repudia qualquer alusão a símbolos nazistas, bem como qualquer manifestação de intolerância, preconceito ou discriminação.
O vídeo foi publicado nas redes sociais do Baep de São José do Rio Preto (SP)
Reprodução / Rede Social
O g1 também questionou a Secretaria de Segurança Pública (SSP) sobre o teor das imagens. Em nota, a SSP informou que, assim que teve ciência das imagens, a corporação instaurou um procedimento para investigar as circunstâncias do caso. Se comprovadas as irregularidades, os envolvidos serão responsabilizados.oO comandante do 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) de São José do Rio Preto (SP) diz que vídeo em que agentes aparecem colocando fogo em cruz com o braço erguido na altura do ombro faz parte da cerimônia para valorizar o empenho de novos policiais que serão integrados à unidade após concluir treinamento.
Vídeo de policiais militares queimando cruz no interior de SP gera críticas nas redes sociais
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