A Portonave, primeiro terminal portuário privado de contêineres do Brasil, em Navegantes, anunciou um investimento de R$ 439 milhões na aquisição de equipamentos 100% elétricos. Com a modernização, a capacidade anual de movimentação do terminal deve saltar de 1,5 milhão para 2 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés).
O pacote de investimentos inclui dois guindastes Ship-to-Shore (STS) para operação em navios, 14 guindastes Rubber Tyred Gantry (RTG) para movimentação no pátio, uma Reach Stacker elétrica, a primeira do tipo no Brasil, e dois Scanners para inspeção de cargas, que devem entrar em operação ainda em 2024.
Além de ampliar a eficiência e a capacidade operacional, os novos equipamentos reforçam o compromisso da companhia com a descarbonização e a sustentabilidade ambiental, uma vez que são movidos exclusivamente a energia elétrica. A expectativa é que os novos equipamentos reduzam significativamente a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) nas operações do terminal.
Tecnologia de ponta
Adquiridos junto à fabricante chinesa ZPMC, os novos guindastes STS têm capacidade para movimentar cargas de até 100 toneladas a 55 metros de altura, e operarão navios de até 400 metros de comprimento, com alcance de 25 fileiras de contêineres. Serão os primeiros equipamentos desse porte no Brasil.
Os RTGs, fabricados pela Konecranes (Finlândia) e montados na China, contam com baterias que operam em conjunto com o sistema de eletrificação do pátio, implantado em 2016. Cada um pode movimentar até 41 toneladas, empilhando sete contêineres de altura.
A Reach Stacker elétrica tem capacidade para 45 toneladas, autonomia de até 8 horas de operação com apenas 75 minutos de recarga e traz tecnologias como radar anti-colisão, câmeras com detecção de pedestres e até um bafômetro de acionamento obrigatório para o operador.
O investimento foi viabilizado por meio do Regime Tributário para Incentivo à Modernização e Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto), criado em 2004. O regime permite a aquisição de equipamentos com isenção de tributos federais, como IPI, II, PIS e Cofins-Importação.
Paralelamente, a Portonave está realizando a Obra de Adequação do Cais, iniciada em janeiro de 2024. O projeto permitirá o atendimento de embarcações de até 400 metros de comprimento e 17 metros de calado. A intervenção ocorre por etapas para manter as operações ativas e deverá ser concluída até o primeiro semestre de 2026.
A Portonave é controlada pelo grupo suíço Terminal Investment Limited (TiL), que opera cerca de 70 terminais portuários em cinco continentes. Com 1,3 mil colaboradores diretos e 5,5 mil indiretos, a empresa foi reconhecida pela Agência Nacional dos Transportes Aquaviários (Antaq) como o terminal mais produtivo em movimentação de navios em 2024.
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