As Polícias Civis do Distrito Federal (PCDF) e de Goiás (PCGO) deflagraram, nesta terça-feira (15/4), a Operação Nexo Oculto com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no golpe da falsa central bancária.
A investigação começou após uma empresária ter R$ 449 mil subtraídos de sua conta bancária em seis transferências via TED. Para cometer o crime, os golpistas utilizaram a técnica de spoofing telefônico, falsificando o número que aparecia no identificador de chamadas para simular contato oficial do Banco do Brasil. O número usado foi o (61) 4004-0001, manipulado via tecnologia VoIP.
Com o apoio de um software de acesso remoto (AnyDesk), os criminosos conseguiram invadir o computador da vítima e realizar as transações. Os valores desviados foram rapidamente pulverizados em contas de pessoas físicas e jurídicas, dificultando o rastreio.
A polícia identificou movimentações bancárias superiores a R$ 3,3 milhões em apenas três meses, com indícios claros de lavagem de dinheiro, como fracionamento de valores, uso de empresas de fachada, contas recém-criadas e movimentações em espécie acima de R$ 30 mil.
A quadrilha possuía estrutura sofisticada e ramificações em pelo menos quatro cidades. Entre as práticas adotadas estavam o teste prévio de contas com pequenos depósitos antes de realizar grandes transferências e a compra de escrituras públicas acima do valor fiscal.
Os envolvidos vão responder por estelionato qualificado por fraude eletrônica, organização criminosa e lavagem de capitais — crimes cujas penas podem chegar a até 32 anos de prisão.